Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

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domingo, 28 de setembro de 2014

Resenha de Filme - Sobrevivi ao Holocausto

Sobrevivi Ao Holocausto. Condição Humana Levada Aos Últimos Limites.
O excelente documentário brasileiro “Sobrevivi ao Holocausto” conta a história do polonês radicado em São Paulo, Júlio Gartner, sobrevivente de cinco campos de concentração na Segunda Guerra Mundial. O filme irá mostrar a volta de Júlio a todos os locais onde ele sofreu com os horrores do nazismo, acompanhado de Marina Kagan, que tem a mesma idade que ele tinha quando foi aprisionado pelos alemães, quinze anos. O testemunho de Júlio é valiosíssimo para compreendermos melhor a tragédia que foi o holocausto e uma voz que nos lembrará para sempre que jamais tal hecatombe deve se repetir.
A viagem começa por sua terra natal, a Polônia, onde ele precisou se esconder dos alemães em pequenas cidades do interior, se mudando delas quando descobria que os nazistas buscavam os judeus nas cidades mais afastadas dos grandes centros. Foi assim que ele perdeu seu pai e mãe. Um momento de emoção ocorre quando ele reencontra um senhor que o escondeu em sua casa quando era jovem. Mesmo depois de muitos anos, os dois se reconheceram e celebraram o fato de ainda estarem simplesmente vivos. Júlio visitou todos os campos de concentração em que esteve preso na Polônia (inclusive em Auschwitz) e na Áustria, contando histórias nos locais onde as presenciou como defronte dos vagões de trem do mais mortífero campo de concentração nazista, dizendo o que acontecia lá dentro, como os judeus sofriam dentro dos vagões, todo o sadismo dos chefes do campo, etc. Alguns campos ainda estão intactos, mas outros foram simplesmente apagados, surgindo vilas em seus lugares, para total indignação de Marina, que se revoltava com a aparente indiferença dos moradores locais, numa mostra de que ainda existem muitas feridas abertas com relação ao holocausto. Foi chocante ver fornos crematórios ornados com coroas de flores e placas de mármore de quem foi incinerado ali, num memorial que não lembrava um cemitério, mas sim uma prática racional e macabra de extermínio.
O personagem Júlio, por sua vez, é impressionante. Se a menina, com seu fulgor juvenil, se indignava facilmente (e isso não é nada difícil de entender), Júlio, que justamente passou por todos os horrores, mantinha uma postura serena e um discurso de que não se deve guardar ódio e olhar sempre adiante. Júlio, inclusive, diz que sente pena dos alemães, pois se eles cometeram tantas atrocidades, também tiveram o castigo que mereceram, numa referência velada à violência que os alemães sofreram dos aliados, praticamente não mencionadas (a História sempre é contada do ponto de vista dos vencedores).
Os locais onde Júlio passou após ficar em poder dos aliados também foram mostrados. Nosso personagem ficou na Itália, mais exatamente nos estúdios da Cinecittá, onde foram improvisados dormitórios para recuperar todos os judeus, muito barbarizados pelo holocausto (o próprio Júlio ficou com somente trinta quilos). A passagem mais curiosa que Júlio relatou desse período foi o linchamento de um nazista infiltrado entre os sobreviventes judeus para fugir da prisão e dos tribunais de guerra. Mas ele foi reconhecido por uma tatuagem da SS com a cruz suástica, pois o esparadrapo que a escondia caiu. A ida ao Brasil e a vida de Júlio hoje em nosso país dá o desfecho do documentário, cujos relatos de seus filhos e parentes só confirmam o espírito doce de uma pessoa que muito sofreu em vida.

Tal documentário é daqueles que mostra como o cinema cumpre a sua função social ao denunciar crimes, injustiças e desumanidades violentíssimas como foram as do holocausto. O relato vivo de Júlio Gartner nos locais em que ele sofreu as piores violências de sua vida é um documento fundamental. Podemos testemunhar sua importância ao ver o sereno senhor conversar com estudantes austríacos nos campos de concentração sobre tudo o que ele passou, ser aplaudido e abraçado. É o tipo do filme que você não deve apenas ver. Tem que ter, guardar e divulgar, para que os pesadelos do nazismo, do racismo e do antissemitismo não voltem mais, embora eles nunca tenham deixado o continente europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial e apareçam cada vez mais ameaçadores em eventos como o futebol, onde bananas são atiradas em jogadores de terceiro mundo e as punições contra tais crimes têm sido frouxíssimas. E nunca devemos nos esquecer que um dos fatores que propiciaram a ascensão dos nazistas na Alemanha foi a impunidade, sendo esta, portanto, uma das maiores ameaças à democracia. A denúncia de Júlio Gartner dentro desse contexto mundial contemporâneo se faz então ainda mais fundamental. Vejam, tenham e divulguem.

Cartaz do Filme


 
Júlio e Marina. Dois personagens assombrados pelo passado.


a dor e indignação de Marina são comoventes


Em Auschwitz


Tocante reencontro de Júlio (de boné) com as pessoas que o esconderam 


Visitando a senhora que mantém viva a memória de um dos campos. Forno crematório ornado com flores.


Grande momento. Júlio com estudantes austríacos. 

Chegando ao Rio de Janeiro. Fim da viagem.

6 comentários:

  1. O termo "campo de concentração polonês" é ofensiva e incorreta. Os nazistas alemães estabeleceram campos de concentração em solo ocupado Polihs. Os campos não eram polacos como sugere o comentário. Por favor, corrija o erro

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    1. Ola. Peço desculpas pela imprecisão de meu termo. Favor ver a retificação que publiquei em meu blog. Obrigado pelas observações e um abraço. Carlos

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  2. Um bom artigo estragado por alguma frase imprecisa, mentiroso e ofensivo.
    "Contando Histórias nariz locais Onde como presenciou Como defronte Vagões dos Mais de trem para mortífero campo de Concentração Polonesa"
    Não houve campos de concentração poloneses. É um erro para descrever os campos como "polonês", já que isso não é verdade e é um insulto a todas as vítimas polonesas. Todos os campos eram alemão nazista. Muitos desses lugares foram construídos, administrados e operacionalizados pela Alemanha nazista após a invasão nazista alemão e nazista alemão brutal ocupação da Polônia.
    Por favor alterar o texto.

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    1. Ola. Peço desculpas pela imprecisão de meu termo. Favor ver a retificação que publiquei em meu blog. Obrigado pelas observações e um abraço. Carlos

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    2. Olá, Obrigado. Vale lembrar que os nazistas eram alemães. Nazistas não invadir e ocupar brutalmente Polônia - foi a Alemanha. Os campos eram uma função do governo da Alemanha e não do partido político ou da ideologia nazista. Muitas vezes, Nazi é escrito como um sinônimo "politicamente correto" para o alemão, que pode confundir algumas pessoas e é melhor ser claro - Polônia invadida e ocupada pelos nazistas alemães e os alemães nazistas construíram os campos. Auschwitz também foi iniciado como um lugar para os prisioneiros poloneses. Poloneses não-judeus foram a segunda maior categoria de vítimas deste lugar.
      Espero que essas distinções e fatos são claros.

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  3. Olá. Obrigado novamente pela observação. Espero que tudo tenha ficado claro agora. Um abraço!

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