O
Casamento De May. Mulheres Jordanianas À Beira de Um Ataque De Nervos.
Mais um bom filme sobre
o universo do Oriente Médio. “O Casamento de May”, obra da deslumbrante Cherien
Dabis, propõe-se a fazer um verdadeiro caldo cultural em cima de uma família
jordaniana composta só de mulheres, a mãe e três filhas. Uma família jordaniana,
mas cristã, para começo de conversa. A mãe, Nadine (interpretada por Hiam Abbass),
é uma fervorosa cristã evangélica praticante, que não aceita que a filha May se
case com um palestino muçulmano secular, Ziad (interpretado pelo nosso querido
Alexander Siddig, o doutor Bashir de Star Trek, Deep Space Nine). O casal de
namorados vive em Nova York, Ziad economista, May, uma escritora que acaba de
publicar seu primeiro livro. O casamento será na Jordânia e May vai para lá
fazer os preparativos. De cara, há o conflito com a mãe por causa do namorado
de outra religião. Mas a própria mãe se casou com um americano, Edward
(interpretado por Bill Pullman), de quem já é divorciada e que namora uma jovem
indiana. O ranço da mãe é muito forte, pois o pai buscou uma moça mais jovem
que ele. Mas May insiste em ver o pai junto com as duas irmãs, Yasmine (interpretada
por Nadine Malouf) e Karim (interpretada por Elie Mitri). Está montado todo o cenário,
onde dramas e conflitos familiares vão ser ditados por todo o contexto geopolítico
do Oriente Médio.
O filme se mostra muito
interessante por abordar o Oriente Médio não do ponto de vista muçulmano, mas cristão.
O culto evangélico ao som de uma música árabe é algo bem curioso, onde podemos
notar claramente que há naquela região a cultura árabe e a cultura muçulmana. Um
leve tom de comédia também aparece quando May se refere às muçulmanas com
burkas como “ninjas”. O trio de irmãs, com destaque especial para May, é
composto de lindas mulheres, sendo que Karim ainda é lésbica! O fato do pai das
moças ser americano só aumenta as curiosidades do filme, um pai americano meio
galinha que se casa com uma moça mais nova, algo muito conflituoso para essa
família feminina cristã e de cultura árabe. Por fim, May ainda está cheia de
dúvidas se deve levar adiante seu casamento ou não. Só é de se lamentar a pouca
presença de Alexander Siddig, que se resumiu a falas no telefone e a uma
pequena participação com May quando ele chega à Jordânia.
“O Casamento de May” é
um filme sobre mulheres que têm uma vida livre no Oriente Médio. Não são “ninjas”.
Têm casos esporádicos e opções sexuais livres. Mas há a mãe que, apesar de
possuir um aspecto moral conservador, também vai dar suas escorregadinhas, de
uma forma bem inusitada, somente para aumentar os dilemas desta família muito
curiosa. Mulheres exuberantes do Oriente Médio.
Cartaz do Filme
Belas irmãs.
Lama do Mar Morto
Dilemas com o pai americano
Deserto de Incertezas
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