quarta-feira, 1 de julho de 2015

Resenha de Filme - O Cidadão do Ano

O Cidadão do Ano. Ação E Muita, Muita Neve.
O ator sueco Stellan Skarsgard já é um nome bem conhecido de todos nós. Ele fez o virgem Seligman de “Ninfomaníaca”, além de também interpretar o papel do astrofísico Erik Selvig no filme “Thor”, dentre outros papéis. Mas agora, temos a excelente oportunidade de vê-lo atuar em sua região de origem, ou seja, as terras nórdicas, no excelente “O Cidadão do Ano”.
Vemos aqui a história de Nils (interpretado por Skarsgard), o tal cidadão do ano, que recebeu esse título por seu serviço de desobstruir as estradas com um enorme caminhão que tira a neve acumulada nelas. Como o filme se passa na Noruega, Nils tem realmente muita neve para limpar (só de ver aquela paisagem toda branca nos dá a impressão de que a sala de cinema está muito fria e de que saímos com neve até os ouvidos ao final da película). Mas a pacata vida de Nils irá por água (ou neve) abaixo, quando seu filho será encontrado morto por overdose. Revoltado e indignado com a polícia, que nada faz para investigar a morte do rapaz, e ainda disse em sua cara que seu filho é drogado, Nils resigna-se e vai tentar o suicídio, colocando um rifle em sua boca. Mas o amigo de seu filho, Finn, irá lhe dizer que a culpa foi dele, pois roubou um pacote de cocaína de um grupo de traficantes, e o filho de Nils, que nada tinha a ver com isso, foi envolvido, sendo assassinado, e os traficantes ainda forjaram uma overdose para encobrir o crime. Nils perguntou o nome dos capangas a Finn e ele só sabia do nome de um deles. Foi o suficiente para Nils começar a sua caçada, sedento por vingança.
Dá para notar que o roteiro é algo bem hollywoodiano, o que vai agradar aos fãs de blockbusters. Mas o filme é mais do que isso, pois seu roteiro é muito envolvente e tem toques de um humor altamente inteligente, que brinca com todas as benesses do estado de bem estar social dos países nórdicos, em contraposição ao verdadeiro banho de sangue praticado no filme pelos próprios nórdicos. Um humor na medida certa que até nos cutuca um pouco, onde alguns gângsters vão dizer que, onde não tem sol, há o estado de bem estar social e, onde há sol, esse bem estar social não existe... basta dar uma banana e pronto, todo mundo fica feliz. Essa fala preconceituosa é encaixada no filme sob o pretexto de que quem a diz não tem qualquer caráter, ou seja, um bandido. Mas que a marca da alfinetada ficou, ah isso ficou. De qualquer forma, o filme tem outros momentos engraçados com relação a esse tema, que não desvia a atenção da trama principal, que é a vingança de Nils.
Quanto aos atores, Skarsgard estava sensacional como o pai que deixa de ser tranquilo e pacato para se tornar rude e violento ao assassinar os capangas. Temos que destacar, também, a ótima presença de Bruno Ganz (que interpretou Hitler em “A Queda, As Últimas Horas de Hitler”). Aqui, ele interpreta o papel de patriarca de uma quadrilha de mafiosos sérvios, que entram na trama do filme num momento posterior. A presença de Ganz poderia ter sido mais aproveitada, já que sempre é bom ver esse ator de volta nas telonas. Ele também atuou na medida certa, ora parecendo ser um velhinho fragilizado, ora sendo um assassino em potencial.

Dessa forma, “O Cidadão do Ano” é mais um filme que está nos cinemas da cidade e que merece a atenção dos cinéfilos de plantão, pois nos dá uma visão nórdica dos filmes de ação hollywoodianos, conciliando uma ação um tanto comportada e muito menos pirotécnica a um humor inteligente e sagaz que contrasta toda a “civilidade” nórdica à violência, como se houvesse a intenção de lembrar que nem tudo são flores na porção europeia ocidental já próxima ao Círculo Polar Ártico. E, sempre é bom ver a dupla Stelan Skarsgard e Bruno Ganz, ainda por cima atuando juntos. Vale a pena dar uma conferida.

Cartaz do filme

Nils, um homem em busca de vingança

Um traficante extremamente sádico

Finn conta a verdade a Nils

Violência atrelada a humor negro.

Implacável com seus inimigos

Skarsgard e Ganz. Dois superatores!!!







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