segunda-feira, 20 de abril de 2015

Resenha de Filme - Não Olhe Para Trás.

Não Olhe Para Trás. Um Al Pacino Light.
E não é que Al Pacino voltou com força total? Depois de “O Último Ato”, o bom ator ítalo-americano nos brinda com mais uma produção e seu bom talento, no excelente filme “Não Olhe Para Trás”. E ele vem amparado por um elenco de respeito: Annette Bening, Jennifer Garner e o sempre bom Christopher Plummer. É mais um filme baseado numa história real, que anuncia tal detalhe em seu início talvez da forma mais apropriada possível para um cinema que fala da realidade, mas carregado de licenças poéticas: “Este filme é baseado um pouquinho numa história real”. Formidável. É a estreia na direção do roteirista Dan Fogelman. E que estreia.
Mas que história real é essa? É a história de Steve Tilson, um cantor inglês que, em 1971 disse numa entrevista que tinha medo que a fama alterasse seu estilo de vida e sua veia criativa. O detalhe é que John Lennon leu a entrevista e lhe escreveu uma carta dizendo que a fama jamais deveria desvirtuá-lo e que ele deveria continuar como sempre foi, além de manter sua criatividade intacta. O problema é que a carta jamais chegou a Tilson, já que ela parou nas mãos da revista e vendida posteriormente para um colecionador. Somente trinta e cinco anos depois, Tilson teve acesso à carta. Pois bem. No filme, Tilson é o personagem Danny Collins (interpretado por Pacino), um famoso pop star que vivia de fazer apresentações para os seus devotados fãs de longa data e tocar seus antigos hits, algo que muito o incomodava, pois ele queria fazer novas composições. O velho cantor tinha uma vida regada a vícios como álcool e cocaína, além de colecionar amantes mais novas que ele. Seu empresário, Frank (interpretado por Plummer) lhe deu a tal carta de Lennon de presente. E aí, rolou um insight em nosso protagonista. Se ele tivesse lido a carta de Lennon trinta e cinco anos antes, onde o ex-beatle tinha inclusive lhe deixado seu número de telefone, talvez Collins não teria tido uma vida cheia de extravagâncias e ela teria sido construída com um pouco mais de sentido. Foi aí que Collins tenta dar uma guinada em sua vida, abandonando as drogas e se hospedando no hotel Hilton de Nova Jersey, onde conhece a funcionária Mary (interpretada por Bening), tentando começar um affair com ela. Mas, ao mesmo tempo, Collins tenta se aproximar com seu filho Tom (interpretado por Bobby Canavale), que teve com uma fã e que já está na idade adulta. Mas essa aproximação será muito difícil.
O filme é uma boa comédia dramática com “C” maiúsculo. Al Pacino, não precisamos nem dizer que sempre dá um show. Vale ressaltar aqui que, em comparação com seu outro filme, “O Último Ato”, temos em “Não Olhe Para Trás” um personagem mais leve, mais bem humorado, sorridente e divertido, que se afasta um pouco daqueles personagens mais conflituosos que Pacino interpreta, embora Danny Collins também traga em si o conflito. Nós temos também a chance de ver Pacino cantando, a título de curiosidade. O bom elenco do filme ajuda Pacino. Ver a dupla Pacino-Plummer e Pacino-Bening interpretando é um verdadeiro colírio para os olhos. Somente isso já vale o ingresso. Mas a história tem uma boa química. A gente ri muito e se emociona nos momentos certos. Logo, a comédia e o drama estão bem equilibrados, não se tornando nem um filme engraçado demais, nem pesado demais. E a trama flui sem cansar, onde nossa atenção fica presa totalmente na tela até o fim. É o tipo do filme em que não consultamos o relógio durante a sessão e quando acaba, nem percebemos. Mas ficamos satisfeitos com o resultado que vimos.

Dessa forma, “Não Olhe Para Trás” é um excelente filme, mais uma boa produção que conta com Al Pacino e um elenco com ótimos atores, e vê-los contracenando com o grande ator ítalo-americano é um deleite, além de mostrar um equilíbrio muito acurado entre comédia e drama. Não deixem de assistir.

Cartaz do filme


Danny. Um pop star cansado dos próprios sucessos.


Frank e Danny. Amigos inseparáveis.


Uma família da qual Danny tenta se aproximar


O relacionamento com o filho não será fácil


Relacionamento com Mary. Um dos bons pontos do filme.


Belo ônibus, não???

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