terça-feira, 3 de março de 2015

Resenha de Filme - Um Santo Vizinho

Um Santo Vizinho. Doce Drama Com Gostinho de Tragédia.
O “bem amado” Bill Murray está de volta. O lendário caça-fantasma estrela uma película muito legal intitulada “Um Santo Vizinho” (“St. Vincent”), que foi indicado para dois Globos de Ouro (melhor filme de comédia ou musical e melhor ator de comédia ou musical para Bill Murray). É uma história muito tocante regada a humor, drama e com pitadas de tragédia.
Temos aqui o personagem Vincent (interpretado por Murray), um velho rabugento, grosso e cheio de vícios que afundam sua vida totalmente. O cara vive sem grana, devendo para Deus e o mundo, sofrendo as piores consequências de seus atos. Ele tem um relacionamento meio barro, meio tijolo com uma prostituta, Daka (interpretada por Naomi Watts) que, para piorar a situação, está grávida e não consegue mais ser contratada para seus números de pole dance. Um belo dia, um caminhão de mudança quebra um galho em frente à casa de Vincent, que cai em cima de seu carro. É aí que conhecemos Maggie (interpretada por Melissa McCarthy) e seu filho pré-adolescente Oliver (interpretado por Jaeden Lieberher), que chegam para ser vizinhos de Vincent. O primeiro contato é, obviamente, pouco amistoso em virtude da destruição da árvore e do farol do carro de Vincent. Mãe e filho acabam de se afastar de marido e pai, em virtude das sucessivas traições que o esposo praticava. Assim, Maggie terá que dar muito duro trabalhando em exames e laudos de tomografia computadorizada. Enquanto isso, Oliver sofre bullying na escola católica em que foi matriculado, e tem sua chave, carteira e celular roubados na escola, tendo que ficar na casa de Vincent. O velho rabugento aceita, muito a contragosto, ser babá do garoto. E aí o filme continua em meio a muitas revelações e reviravoltas.
É um filme onde Murray destila todo o seu talento. Ele consegue ser, ao mesmo tempo, muito grosseiro e engraçado. O relacionamento de Vincent com Oliver é a tônica da coisa. O menino, bem criado pela mãe, vai conhecer através de Vincent uma série de atitudes consideradas pouco recomendáveis como as apostas em corridas de cavalos, ou acertar o nariz de um colega que o importuna. Apesar disso, Oliver  será o responsável por descortinar para nós o lado doce de Vincent. E vamos descobrindo outras virtudes do protagonista no transcorrer da película. A trama terá uma parte mais trágica, que não vou contar aqui, mas que servirá para unir mais os personagens.
Apesar de Murray ser o foco principal, não podemos deixar de destacar a bela atuação de Naomi Watts, uma atriz com cara de porcelana que faria perfeitamente aquelas mocinhas bem sem graças WASPs que vemos por aí. Fazer uma prostituta grávida foi um papel novo e revigorante, onde ela pôde explorar mais o seu talento. E a boa revelação Jaeden Lieberher no papel de Oliver. Sua interpretação contida como o garotinho bem criado era muito engraçada. Ele fazia uma criança com arroubos de adulto, mas sem parecer pedante. A coisa era cheia de simpatia e o menino convencia.

Se o filme parece uma comédia dramática mais convencional em sua primeira parte, a segunda parte do filme é bem mais interessante pelas reviravoltas que vemos. Por causa dessa segunda metade, “Um Santo Vizinho” foge do mais convencional e emociona. Vale muito a pena dar uma conferida, ainda se você é um fã de Bill Murray, que sempre é perfeito.

Cartaz do filme


Vincent, um velho rabugento


Com Oliver, Vincent mostrará seu lado bom


Com Daka, um relacionamento complexo


Maggie faz de tudo para ser uma mãe dedicada






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