sábado, 28 de março de 2015

Resenha de Filme - O Duelo

O Duelo. Um Garganta Bem Amado.
Uma deliciosa co-produção brasileira e portuguesa de 2012, somente presente agora em nossas telas. O filme “O Duelo” já tem a virtude inicial de ser inspirado numa história de Jorge Amado. E, para coroar o filme, temos as excelentes presenças de Claudia Raia, Patricia Pillar, todas sempre lindas e elegantes, nosso memorável José Wilker e, para a cereja do bolo, o “popstar” português Joaquim de Almeida, ator de primeiríssima categoria. O filme começa com a chegada do comandante português Vasco Moscoso de Aragão (interpretado por Almeida) a pequena cidade litorânea chamada Peri-Peri. Lá, o comandante chama a atenção da população local, com quem estabelece laços de amizade e começa a contar mirabolantes histórias, prendendo a atenção de todos. A personalidade magnética do comandante logo cativa a cidade e ele passa a ser o principal assunto de lá. Mas um morador, Chico Pacheco (interpretado por Wilker) chega à cidadezinha depois de uma temporada fora. Pacheco era o homem mais admirado da cidade até a chegada do comandante e, obviamente, não gostará da popularidade do novo forasteiro. Pacheco então começa a por em dúvida a veracidade das histórias do comandante, chegando a fazer uma investigação da vida dele e expô-la para todos. Alguns acreditarão na versão de Pacheco, outros não. E aí o filme se desenrola em várias situações, onde a vida do comandante é descortinada e a força das circunstâncias leva a história a lances completamente inesperados.
Seja o comandante um garganta de marca maior ou não, ele nunca perde a pose. Ele até chega a passar uns maus bocados durante o filme, mas não perde de jeito nenhum a simpatia e é um personagem altamente cativante. Tudo isso porque temos um virtuose do porte de Joaquim de Almeida para o papel. Só isso já faz a gente ir ao cinema. É o tipo do ator que nos faz deslocarmos de nossas casas para podermos apreciar seu talento nas grandes telas. E foi muito instigante podermos testemunhar Almeida contracenando com José Wilker, cujo personagem Pacheco sempre desafiava o comandante a provar que ele já havia entrado num navio. Ou vermos Almeida contracenando com atrizes do porte e da beleza de uma Claudia Raia ou Patrícia Pillar. A coisa ficou tomada por todo um clima de alta elegância, onde os efeitos especiais em fundo azul, apesar de artificiais, davam um tom de beleza, algumas vezes a la Titanic, já que, dentre as muitas histórias do comandante, até desvios de icebergs eram mencionados.
Se nosso Vasco Moscoso Aragão era comandante ou um grande mentiroso? Isso fica para o filme. Nada de spoiler aqui. O que vale mesmo é a simpatia do personagem, para quem torcemos, independente de seu caráter.

Portanto, se você quer ver uma história bem escrita (não é todo dia que vemos um texto de Jorge Amado no cinema), com a presença de bons atores e boas interpretações, vale a pena dar uma conferida nesse filme simpático que já deveria ter estreado no cinema há mais tempo. É lamentável que uma película brasileira de 2012 só tenha espaço em nossas telonas agora.


Cartaz do filme


Wilker e Almeida juntos!!!!


A chegada do comandante


Um povo impressionado com as histórias do forasteiro


Mas Pacheco quer desvendar quem foi esse comandante...


Claudia Raia, em papéis camaleônicos


Marcio Garcia também atua no filme


Nas filmagens...



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