terça-feira, 25 de novembro de 2014

Resenha de Filme - Cantinflas

Cantinflas. Explosão De Amor Ao Antigo Cinema.
Uma excelente produção mexicana que homenageia um dos maiores nomes do cinema asteca. Mário Moreno. Não conhece? E se falarmos de Cantinflas? Não conhece ainda? Então vá procurar uma enciclopédia ou dicionário de cinema, pois você não sabe o que está perdendo. Ele foi um grande comediante e um nome muito conhecido na América Latina. Moreno (interpretado por Óscar Jaenada) começou como assistente numa pequena trupe mambembe onde ele varria o chão, ajudava os artistas e fazia pequenos serviços, sendo uma espécie de faz-tudo. Aos pouquinhos, Moreno conseguiu pontinhas no palco. Mas a filha ninfomaníaca do patrão provocou a expulsão de Cantinflas da trupe. Sua sorte é que o dono de outra pequena companhia de atores assistiu ao seu show baseado no improviso e o chamou para trabalhar. Daí foi um passo para o teatro, cinema e estrelato.
O filme é daqueles que monta sua estrutura narrativa com idas e vindas ao longo do tempo e do espaço. Vemos o início da carreira do artista, toureiro, boxer e palhaço no México do começo da década de 1930 alternado com a Hollywood dos anos 1950, onde o produtor Michael Todd (interpretado por Michael Imperioli) quer fazer a filmagem de “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias” somente com atores de primeira grandeza de Hollywood e do mundo inteiro. Para o caso mexicano, Cantinflas foi o indicado para ser um chefe apache que ataca o protagonista. Obviamente, Cantinflas, um já famoso ator, não aceitou a proposta. O projeto quase foi por água abaixo, não fosse a ajuda de uma pessoa muito especial que convenceu Cantinflas. Mas não contarei aqui quem foi.
Falando em cinema, nossa história é um prato cheio para os fãs da sétima arte. Foram feitas boas caracterizações de astros de Hollywood, como Elisabeth Taylor, e outras nem tanto, como Yul Brinner. De qualquer forma, ficou muito bacana a reprodução do glamour de Hollywood da década de 1950, com o uso de um bom figurino, carros de época, boas locações e até bons efeitos de computação gráfica. Tudo isso dava um colorido especial ao filme, seja de forma metafórica, seja na plasticidade das imagens.

Quando a gente tem a boa experiência de ver esse bom filme “Cantinflas”, a primeira vontade que dá é rever “A Volta ao Mundo em Oitenta Dias” e relembrar David Niven, Shirley McLaine e Cantinflas, que realmente chamava muito a atenção com o seu carisma interpretando um dos protagonistas. Tal trabalho lhe rendeu o Globo de Ouro, quando ele concorria com atores do porte de Marlon Brando e Yul Brinner. Um mexicano que conquistou os Estados Unidos. Um mexicano homenageado por um filme que faz tais honras de forma muito amorosa, falando ternamente de um dos maiores ídolos de terras astecas. Um filme que também lembra o glamour de um cinema pretérito de forma apaixonada, numa época em que você ia ao cinema para ver o ator de sua preferência e idolatria atuando, que você colecionava fotos e mandava cartas a Hollywood para seu ídolo, onde a plasticidade dos fotogramas era revestida por talentos de carne e osso, e não mirabolantes efeitos especiais gerados por computador que eclipsam os talentos dos atores atuais que, por isso, não decolam como os talentos dos atores de antigamente. Toda essa visão romântica do cinema, desconhecida das novas gerações, vem à tona com “Cantinflas”. Um programa imperdível, mas lamentavelmente, pouco divulgado, como já tenho mencionado aqui com outros filmes. Definitivamente, o cinéfilo precisa às vezes fazer o trabalho de garimpeiro. O Festival do Rio que o diga...

Cartaz do filme.


O ator buscando seu personagem...

Verdadeiro Cantinflas. Excelente caracterização


Com a esposa. Turbulências...


Um toureiro corajoso...


Negociando sua participação em Hollywood...


Belo balé da sequência final


Fotograma de "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias". 

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