sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Resenha de Filme - O Casamento de May

O Casamento De May. Mulheres Jordanianas À Beira de Um Ataque De Nervos.
Mais um bom filme sobre o universo do Oriente Médio. “O Casamento de May”, obra da deslumbrante Cherien Dabis, propõe-se a fazer um verdadeiro caldo cultural em cima de uma família jordaniana composta só de mulheres, a mãe e três filhas. Uma família jordaniana, mas cristã, para começo de conversa. A mãe, Nadine (interpretada por Hiam Abbass), é uma fervorosa cristã evangélica praticante, que não aceita que a filha May se case com um palestino muçulmano secular, Ziad (interpretado pelo nosso querido Alexander Siddig, o doutor Bashir de Star Trek, Deep Space Nine). O casal de namorados vive em Nova York, Ziad economista, May, uma escritora que acaba de publicar seu primeiro livro. O casamento será na Jordânia e May vai para lá fazer os preparativos. De cara, há o conflito com a mãe por causa do namorado de outra religião. Mas a própria mãe se casou com um americano, Edward (interpretado por Bill Pullman), de quem já é divorciada e que namora uma jovem indiana. O ranço da mãe é muito forte, pois o pai buscou uma moça mais jovem que ele. Mas May insiste em ver o pai junto com as duas irmãs, Yasmine (interpretada por Nadine Malouf) e Karim (interpretada por Elie Mitri). Está montado todo o cenário, onde dramas e conflitos familiares vão ser ditados por todo o contexto geopolítico do Oriente Médio.
O filme se mostra muito interessante por abordar o Oriente Médio não do ponto de vista muçulmano, mas cristão. O culto evangélico ao som de uma música árabe é algo bem curioso, onde podemos notar claramente que há naquela região a cultura árabe e a cultura muçulmana. Um leve tom de comédia também aparece quando May se refere às muçulmanas com burkas como “ninjas”. O trio de irmãs, com destaque especial para May, é composto de lindas mulheres, sendo que Karim ainda é lésbica! O fato do pai das moças ser americano só aumenta as curiosidades do filme, um pai americano meio galinha que se casa com uma moça mais nova, algo muito conflituoso para essa família feminina cristã e de cultura árabe. Por fim, May ainda está cheia de dúvidas se deve levar adiante seu casamento ou não. Só é de se lamentar a pouca presença de Alexander Siddig, que se resumiu a falas no telefone e a uma pequena participação com May quando ele chega à Jordânia.

“O Casamento de May” é um filme sobre mulheres que têm uma vida livre no Oriente Médio. Não são “ninjas”. Têm casos esporádicos e opções sexuais livres. Mas há a mãe que, apesar de possuir um aspecto moral conservador, também vai dar suas escorregadinhas, de uma forma bem inusitada, somente para aumentar os dilemas desta família muito curiosa. Mulheres exuberantes do Oriente Médio.

 
Cartaz do Filme


Belas irmãs.


Lama do Mar Morto


Dilemas com o pai americano


Deserto de Incertezas

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