sábado, 27 de setembro de 2014

Resenha de Filme - O Doador de Memórias

O Doador De Memórias. Já Vimos Isso Antes?
Quando vemos um filme do tipo “O Doador de Memórias”, sempre temos a impressão de que já vimos algo semelhante no que diz respeito à trama. Um estado opressor, que controla corações e mentes de um povo e o mantém sob estrita obediência. De fato, isso não é nada novo. Exemplos na História Universal não faltam, sendo talvez um dos mais recentes e notórios o estado nazista alemão. Mas como novamente o estado totalitário e opressor está de volta, cabe a nós analisarmos como esse tema é novamente contado. Um tema com variações, como dizemos na música erudita. O que vale aqui é percebermos como uma velha história pode ser recontada e o que de novo aparece nessa tentativa feita pela escritora Lois Lowry.
Vemos aqui um mundo perfeito, sem violência, guerras, miséria ou fome. Mas todas as pessoas parecem lobotomizadas. Elas obedecem a um estado sem qualquer forma de contestação, que controla tudo, desde a hora em que as pessoas devem dormir até o futuro profissional dos adolescentes. Não há qualquer possibilidade de escolha individual. Jonas (interpretado por Brenton Thwaites), um adolescente que está prestes a descobrir a função a qual foi designado, se vê surpreso ao perceber que foi escolhido para ser o receptor das memórias de toda a humanidade. Nenhuma pessoa dessa comunidade futura tem qualquer conhecimento do que aconteceu no Planeta Terra no passado. Eles não conhecem a guerra, a matança, fome, miséria ou qualquer coisa de ruim que a humanidade produziu. Mas também não conhecem tudo aquilo de bom que a vida pode dar. Sentimentos como amor e afeto passam longe de suas cabeças. Jonas descobrirá todos esses sentimentos ao estabelecer contato com o doador (interpretado por Jeff Bridges), convivendo com experiências de extrema beleza, mas, ao mesmo tempo, sofrendo profundamente com todas as atrocidades do passado. Quanto mais Jonas mergulha na história da humanidade, mais ele tem consciência de que a sociedade em que vive é uma farsa. E aí ele toma uma decisão. Jonas irá dar a toda a sua comunidade o conhecimento das memórias do passado. Para isso, ele terá que fazer uma viagem até os limites externos de sua comunidade, num terreno totalmente inóspito, fruto das destruições que a raça humana causou no passado. Entretanto, ele terá que enfrentar a perseguição da Chefe Elder (interpretada por Meryl Streep), que deseja a manutenção daquele estado alienante.
Como podemos ver, nada de novo no front. Um herói abnegado que luta sozinho contra um estado opressor que aliena toda uma sociedade e, miraculosamente, consegue alcançar seu intento. Só que, dessa vez, temos um rapazinho adolescente como protagonista, atuando num futuro não muito distante, dentro dos modelos de “best-sellers” adolescentes atuais, que tanto material têm dado para o cinema, indo de “Crepúsculos” a “Divergentes”, passando por “Jogos Vorazes”. O melhor do filme? Jeff Bridges, sem a menor sombra de dúvida. E a Meryl Streep? Apareceu pouco, foi mal aproveitada. Katie Holmes como a mãe de Jonas, totalmente antenada com o estado, é outro fator digno de destaque. Mas o filme não impressiona muito não. E seu desfecho dá a sensação de que o filme terminou antes da hora, que algo mais deveria ter sido contado ali.

Assim, podemos dizer que “O Doador de Memórias” não deu o retorno esperado. Mas abordar um tema já muito batido pode levar facilmente a esse risco. Recontar uma história tem a necessidade de uma imaginação muito rica para poder corresponder às expectativas, que se tornam muito exigentes nesse contexto.

Cartaz do Filme


Jonas, nosso herói, descobrindo o amor.


 
Meryl Streep, poderia ser mais aproveitada.


Jeff Bridges foi o cara!!!!


Não tem jeito. Os medalhões têm que estar presentes.


Promovendo o filme.

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