segunda-feira, 19 de maio de 2014

Resenha de Filme - Os Olhos Sem Rosto

Os Olhos Sem Rosto. A Saga Das Descaradas.
Um filme de terror angustiante, precursor do primeiro transplante de rosto, que aconteceu há alguns anos. Essa é a impressão de “Os Olhos Sem Rosto” (“Les Yeux San Visage”), dirigido por Georges Franju em 1960. É um filme com algumas cenazinhas repugnantes, onde rostos de moças lindas são arrancados de suas cabeças. E, mesmo que a maquiagem nos pareça rudimentar aos olhos de hoje, as cenas não deixam de nos enojar um pouco.
Vemos aqui a história do Doutor Génessier (interpretado por Pierre Brasseur), um renomado médico que, apesar de todo o seu prestígio e sucesso profissional, teve em sua vida a tragédia de ter perdido esposa e filha. Mas, na verdade, ele não perdeu sua filha, Christiane (interpretada por Edith Scob). Ela ficou com o rosto desfigurado depois de um acidente de carro, onde o pai dirigia. Para reconstituir o rosto da filha, ele vai arrancar as faces de moças bonitas que encontra por aí e fará cirurgias de enxerto de pele, que dão certo ou não, o que implica que várias moças acabem sendo suas vítimas. Para sequestrar as donzelas indefesas, ele contará com a ajuda de sua assistente Louise (interpretada por Aida Valli), ela mesma resultado bem sucedido de um enxerto de peles de outra moça em seu rosto. O filme tem todos os elementos de um filme de horror. Um cientista de índole estranha e má, fazendo seus experimentos malignos num castelo isolado do mundo, cercado por cães que ele também utiliza em suas experiências, sendo as feras do filme. Uma assistente fiel ao seu amo e cúmplice de suas maldades, ela mesa sendo uma espécie de criação do cientista. Uma filha que é obrigada a usar uma máscara por estar desfigurada, criatura típica de Mary Shelley. Mocinhas indefesas barbarizadas e assassinadas. E, obviamente, o fim trágico do cientista, com seu rosto desfigurado por uma matilha de cães enfurecidos, cobaias de seus experimentos. E a filha? Mata a assistente, solta os cães que matarão o pai e vagará enlouquecida pela floresta, com sua máscara macabra ainda cobrindo os ferimentos e cercada de pombas brancas, numa situação meio caligariana. O filme é realmente um exercício clássico do gênero de terror, que nada tem de engraçado.

Após assistirmos a esse filme, notamos como ele deve ter influenciado – e muito – o filme de Almodóvar, “A Pele que Habito”.

Cartaz do Filme


Christiane e sua máscara macabra


Uma cirurgia mal sucedida.


Que descaramento repugnante!!!!


Papai cientista louco!!!

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