quarta-feira, 16 de abril de 2014

Resenha de Filme - Jogo de Xadrez

Jogo de Xadrez. Mais um Thriller Policial Brasileiro.
Mais um filme brasileiro que passa despercebido. Em sessão única no Espaço Itaú de Cinema, o bom filme “Jogo de Xadrez”, de Luís Antônio Pereira, é exibido numa sala quase abandonada. As testemunhas que assistiram a sessão puderam perceber que o nosso cinema produz bons filmes, mas que não têm o reconhecimento e a divulgação necessárias. Assim, faremos mais uma missão cívica aqui, pois temos uma boa produção digna de registro, sem falar no ótimo trocadilho do título do filme.
A história fala de Guilhermina (interpretada por uma degradada Priscila Fantin), uma fraudadora do INSS que foi usada como bode expiatório e terminou no presídio (qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência). Um dos mentores da fraude, o senador Franco (interpretado por Antônio Calloni) saiu ileso de todo o processo. Assim, Guilhermina busca a sua vingança. Dentro da prisão, Guilhermina tem a ajuda da fiel escudeira Martona (interpretada por Luana Xavier) e conhece a recém chegada Beth (interpretada por Carla Marins). Elas comem o pão que o diabo amassou nas mãos do diretor Geraldo (interpretado por Tuca Andrada), que as coloca na solitária e precisa dar um fim a Guilhermina, pois o diretor é pau mandado do senador Franco. Com a ajuda de um policial, as três detentas conseguem fugir e se escondem na casa da irmã de Guilhermina que logo não simpatiza com Beth, suspeitando dela. Para poder se vingar do senador, Guilhermina sequestra, junto com suas amigas, o filho dele e pede dinheiro para o pagamento do resgate. Mas Beth estava a serviço do senador e uma armadilha para Guilhermina foi montada (a própria fuga das detentas fazia parte do plano contra Guilhermina). As suspeitas da irmã de Guilhermina contra Beth acabaram se confirmando. E assim, Guilhermina e Martona são assassinadas como queima de arquivo. Tudo parecia que ia terminar bem para o senador e para Beth, mas eles também acabaram assassinados pela irmã de Guilhermina, que confirmou sua vingança post mortem.

O filme tem bons méritos. Cenas tensas e pesadas no presídio, onde as atrizes deram um show (Priscila e Carla estavam deliciosamente insuportáveis), cenas de ação durante a fuga, uma trama envolvente que prende a atenção do espectador durante os oitenta minutos de duração, sendo uma história bem enxuta, que não se arrasta por muito tempo. E tudo isso abordando um tema bem nacional que passa pela corrupção das fraudes do INSS e dos presídios. E, mais uma vez vem a inquietação. Até que ponto a arte está imitando a vida? Até que ponto e em que quantidade nós temos na vida real bodes expiatórios e políticos corruptos impunes? Tais questões martelam a nossa cabeça. Sabemos que no Brasil tais coisas existem. Mas em qual quantidade? Com qual prejuízo para todos nós? As teorias da conspiração despertam no âmago de nossa alma.

Cartaz do Filme.


 Saindo da solitária.


Impondo respeito no presídio.


Carla Marins como a traíra Beth.


Antônio Calloni como senador Franco. Ótima interpretação.

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