quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Resenha de Filme - Operação Sombra (Jack Ryan)

Operação Sombra (Jack Ryan). A Serviço do Establishment.
O cinema a serviço da justificação da espionagem americana. Essa é a proposta de “Operação Sombra (Jack Ryan)”. Não adianta. Por mais que os escândalos de espionagem façam meio mundo (ou todo?) torcer o nariz, os gringos ainda exaltam tais práticas, inclusive no cinema, insistindo num estado de permanente complô contra os filhos da grande águia estadunidense.

E a bola da vez são novamente os russos. Só que, dessa vez, não existe mais a ameaça comunista de destruir o capitalismo e dominar a Terra. Vemos agora a Rússia como uma grande corporação que não quer ter prejuízos financeiros impostos por certas atitudes comerciais dos Estados Unidos. Assim, na surdina, um atentado terrorista será maquinado simultaneamente com uma operação financeira que afetará o valor do dólar e levará os Estados Unidos a uma segunda “Grande Depressão”. O encarregado disso é o pernicioso Viktor Cherevin (interpretado pelo extremamente competente Kenneth Branagh, que também assina a direção). Para combater esse plano contra os Estados Unidos, entra em cena o agente Jack Ryan (interpretado pelo nosso “capitão Kirk” Chris Pine), com formação em economia e com experiência militar como fuzileiro, que se alistou voluntariamente após o atentado às Torres Gêmeas. Assim, ele é o homem ideal para lidar com esse complô russo. Ryan contará com a ajuda de Thomas Harper (interpretado por um envelhecido – mas ressuscitado – Kevin Costner), agente da CIA. O problema é que a namorada de Ryan, Cathy Muller (interpretada por Keira Knightley), se envolverá nessa intriga internacional regada a muita espionagem. O resto do filme não é muito diferente dos filmes de espionagem mais convencionais: muitas cenas de ação, roubo de informações, evitar atentados no último instante, tiroteios. O detalhe interessante é a ajuda que Ryan recebe de toda uma equipe por trás dele, inclusive de sua namorada. Assim, Ryan não é uma espécie de James Bond tradicional que resolve tudo sozinho sem desarrumar o penteado. Ele precisa da ajuda de outras pessoas para ter êxito na sua missão. Mas a melhor coisa mesmo é o Kenneth Branagh que, além de dirigir o filme, como já falamos, também dá vida de uma forma muito eficaz ao vilão Cherevin. Um ator inglês fazendo um verdadeiro russo, semblante fechado, olhos penetrantes, interpretação contida e elegante, até quando ameaçava a mocinha Cathy. Mas, como a América tem que ser salva das forças do mal, Ryan salva o dia (será que um dia o inimigo vai vencer num blockbuster desse? É mais fácil uma galinha criar dente). O final do filme é emblemático: Ryan e Harper batendo um papinho com o Obama no gabinete. O mesmo Obama que se embanana todo na hora de se justificar com meio mundo (inclusive seus aliados!) com relação aos casos de espionagem, dando a mesma desculpa cinematográfica: precisamos espionar para garantir nossa segurança. E resta a galera fingir que acredita. Abençoada seja Hollywood, que dá a justificativa ideológica para os abusos americanos pelo mundo. E Jack Ryan faz seu dever de casa direitinho...

Cartaz do Filme.


Nosso “capitão Kirk”, salvando a América.


Kenneth Branagh arrebentou!!!


Um envelhecido Kevin Costner teve boa participação no filme.


Keira Knightley como a namoradinha sensível...


Protagonistas na apresentação para a imprensa. 

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