Navio
de Teseu. Histórias Aos Pedaços.
No mês de janeiro, o
CCBB realizou uma mostra de produções recentes do cinema indiano. Buscando
fugir um pouco do estereótipo de Bollywood, a mostra intitulada “Novo Cinema
Indiano” buscou filmes mais autorais dos vários estados que compõem a Índia. Um
dos filmes exibidos na mostra foi “Navio de Teseu”, produzido em 2013 e
dirigido por Anand Gandhi. O filme começa com a seguinte questão: se as partes
de um navio são trocadas, ele permanece o mesmo? A partir disso, o filme conta
três histórias onde seus protagonistas sofreram transplantes. Na primeira
história, uma fotógrafa sofreu uma inflamação da córnea e ficou cega. Ela
continua a exercer seu ofício com a ajuda do marido. Um transplante de córnea
vai ajudá-la a recuperar sua visão. E aí, ao invés de a volta da visão ajudar,
a moça fica perdida perante tantas opções de fotografias que ela podia fazer a
partir da visão recuperada. A segunda história é a de um monge que luta contra
os laboratórios que fazem experiências com os animais para produzir cosméticos
e remédios. Mas o monge sofre de cirrose hepática e precisa fazer um
transplante. Entretanto, em virtude de seus princípios, ele se recusa a tomar
as medicações prescritas pelo médico e vai lentamente definhando. Até que é
convencido por um amigo a fazer o transplante e tomar as medicações. A terceira
história é a de um corretor da bolsa que faz um transplante de rim. Mas ele
suspeita de que o órgão que foi colocado em seu corpo foi roubado de outra
pessoa. Mesmo sabendo depois que o órgão transplantado para o seu corpo não era
roubado, ele foi atrás do paciente que teve o rim roubado transplantado e tenta
reparar essa injustiça.
Três histórias sobre
transplantes, onde as pessoas que receberam os órgãos, tal como o navio que
recebeu outras partes, não ficaram mais as mesmas. A moça, excelente fotógrafa
quando cega, ficou relutante com seu trabalho quando recuperou a visão. O monge
doente, que para sobreviver, teve que questionar suas convicções e filosofias.
E o inescrupuloso corretor da bolsa que ficou altamente solidário ao ver uma
pessoa de camada social muito baixa ter um órgão roubado numa operação de
apendicite, sendo que esse órgão foi transplantado num cidadão sueco, ou seja,
de um país de Primeiro Mundo. Uma curiosa forma de perceber como as pessoas
podem sofrer mudanças ao longo das situações que a vida lhes impõe.
Esse é um filme muito
premiado e foi feito na região de Mumbai. Uma interessante película da mostra
do novo cinema indiano no CCBB. Não deixe de var o trailer abaixo.
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Cartaz do Filme
Uma fotógrafa que se perde com a própria visão
Um monge que, para viver, tem que ir contra sua filosofia
Amigos em busca do rim perdido.
Belo cartaz promocional do filme
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