terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Resenha de Filme - Ídolo

Ídolo. Homenagem A Uma Lenda.
Um bom documentário brasileiro nas telonas. “Ídolo” nos traz a trajetória de Nilton Santos, eleito pela FIFA o maior lateral-esquerdo de todos os tempos, que jogou 17 anos pelo Botafogo (foi o único clube de sua vida) e ganhou duas copas do mundo para o Brasil, sendo um verdadeiro bicampeão mundial, já que foi campeão em 1958 e 1962. O documentário de Ricardo Calvet fora exibido no Festival do Rio de 2014 e somente agora estreia no circuito comercial, sendo exibido em pouquíssimas salas com o horário reduzido. Uma pena, pois a sala estava cheia e com muitos torcedores do Botafogo assistindo ao nosso querido “Enciclopédia” como era chamado, tamanha sua habilidade com a bola.
O filme começou com o cotidiano de Nilton Santos nos seus últimos anos de vida, quando já estava acometido do Mal de Alzheimer e mostrava a sua rotina de tratamentos, fisioterapias e clínicas, que era enfrentada com toda a serenidade do mundo pelo ex-jogador. Com muitas imagens de arquivo, fotos e depoimentos dentre eles de Zagallo, Amarildo, Carlos Alberto Torres, Luiz Mendes, Ruy Solberg, Júnior, Evaristo de Macedo, Pepe, Coutinho, Gerson, etc., o documentário passa então a descortinar a vida de Nilton, desde os seus tempos de juventude na Ilha do Governador, onde ele morava num bairro onde hoje fica o Aeroporto Tom Jobim, passando pelos seus dias de Aeronáutica e chegando até ao Botafogo, clube que aprendeu a amar fervorosamente. Dono de uma técnica altamente refinada, Nilton era um jogador de defesa que gostava de sair para o ataque e causava pavor nos técnicos da época, que achavam que jogador de defesa só servia para destruir jogadas dos atacantes adversários na base dos chutões. Foi também feita uma descrição das quatro copas do mundo das quais Nilton Santos participou: 1950, 1954, 1958 e 1962. Nesse momento, o documentário mais parecia sobre as copas em si do que do próprio Nilton Santos, o que foi um fator um tanto negativo, embora nos deleitássemos com jogadas do Garrincha, por exemplo. Mas, passadas as copas do mundo, voltamos à velha “Enciclopédia”, que também falou em depoimentos gravados em 2002. Lá, pudemos rir muito com as palavras de Nilton Santos sobre seus imbróglios com o árbitro Armando Marques, ou toda a sua digressão sobre o momento de encerrar a carreira. Muito tocante foi um trecho onde, já doente, foi feita uma festa para ele com direito a convidados para lá de ilustres como Zagallo. Amarildo, todo um olimpo botafoguense de contemporâneos de Nilton e até flamenguistas como Júnior, outro lateral-esquerdo talentoso que serviu à seleção brasileira, a reverenciarem o mestre.
Enfim, “Ídolo” se mostra um documentário obrigatório para os botafoguenses ou amantes do futebol em geral, numa época contemporânea em que a seleção brasileira passa por um período de ostracismo, algo semelhante ao que é mostrado no documentário, pois atravessávamos um igual momento de desgosto após o fiasco de 1950. Mas naquele contexto, o Brasil deu a volta por cima. E produziu um futebol divino, exibido nesse documentário que nos faz matar as saudades dos bons tempos e lamentar, e muito, os momentos atuais de nosso futebol. O filme também se mostrou uma linda homenagem a um dos maiores jogadores de futebol do Botafogo de todos os tempos. Só é de se lamentar que, em certo trecho do documentário, se tenha dado um tratamento maior às copas do mundo em detrimento do homenageado da película. De qualquer forma, não nos podemos nos esquecer de que era muito difícil e caro captar imagens no campo de futebol naquela época. E assim, as jogadas de ataque eram mais destacadas. E como Nilton Santos jogava na defesa, ele não aparecia tanto. Quer dizer, ele aparecia mais defendendo seu campo do ataque adversário, onde temos boas cenas dele interceptando as bolas com uma elegância e maestria inigualáveis. É um documentário altamente recomendado também para aqueles que não gostam de futebol, pois conta a trajetória de Nilton de forma enxuta e não piegas. Programão que vale a pena.

Cartaz do filme

Nilton Santos, o cara!!!

Já no fim da vida, uma linda homenagem que contou com a presença de figuras ilustres como Zagallo e Júnior.

Fãs fervorosos se tornaram verdadeiros amigos

Peregrinação pelas clínicas...

Na juventude, em copas do mundo...

... e atuando magistralmente no Botafogo.

Comemorando a primeira copa do mundo na Suécia com o goleiro Gilmar...

Com o eterno compadre, Mané Garrincha...

Olimpo alvinegro!!! Babem, tolos mortais!!!





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