sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Resenha de Filme - Sicário, Terra de Ninguém.

Sicário, Terra De Ninguém. Um Soco Violento No Estômago.
Um excelente filme tem passado quase que despercebido por nossas telas. “Sicário, Terra de Ninguém”, de Denis Villeneuve, é um filme que não nos deixa indiferentes. A tônica é de uma violência extrema que choca e arrepia. E isso regado a atuações memoráveis de Josh Brolin e, principalmente, Benicio del Toro, que deu um show! Vamos agora discorrer algumas linhas desse instigante filme.
A história se passa praticamente na região de fronteira entre os Estados Unidos e o México. Lá, a agente do FBI Kate Marcer (interpretada por Emily Blunt) realiza batidas para desbaratar cativeiros de sequestros erguidos por narcotraficantes mexicanos. O problema é que, nesse estágio as forças policiais chegaram tarde demais e resta a eles apenas recolher os corpos, quando não são vitimados por explosões que brotam de traiçoeiras ciladas. Mercer será então chamada para participar como observadora de um grupo que realizará ações, digamos, um pouco mais “efetivas” contra os narcotraficantes. Esse grupo é liderado por Matt Graver (interpretado por Josh Brolin), um homem aparentemente simpático e de sandálias e que conta também com Alejandro (interpretado por Benicio del Toro), um misterioso homem que tem mãos trêmulas e acorda subitamente em virtude de pesadelos. Esses dois homens irão intrigar totalmente Marcer, já que eles farão uma incursão ilegal ao México e lá realizarão atividades completamente fora da lei como executar traficantes em vias expressas cheias de civis, sem falar das torturas nos interrogatórios. Marcer, uma idealista agente do FBI, fica horrorizada com as práticas ilegais e violentíssimas desses dois homens contratados pelo governo americano, que querem atacar os traficantes em suas bases sem dó nem piedade. E aí nossa protagonista vai comer o pão que o diabo amassou.
Como podemos perceber, é um filme em que os vilões graúdos estão todos lá do outro lado da fronteira, ou seja, do lado mexicano, embora um ou outro americano esteja envolvido. Mas toda uma carga de preconceito foi atirada com todo o seu ímpeto contra os mexicanos, ainda mais depois de todas as notícias sobre as bárbaras ações de quadrilhas de traficantes mexicanos nos telejornais. Mas, ainda assim, a crueza dos protagonistas assusta, numa mostra de que a violência extrema só pode ser detida com violência extrema.
Quanto à interpretação dos atores, Emily Blunt ficou mais com cara de coitadinha do que qualquer coisa, ou seja, passou uma imagem de excessiva fragilidade. Tudo bem que tal fragilidade estava condizente com o idealismo da personagem, mas a coisa ficou meio que exagerada. A personagem devia ser um pouco mais durona, até pelo cargo de agente do FBI que ocupava. Já Josh Brolin estava fantástico como o líder do grupo antitráfico, mais cínico do que qualquer coisa. Ele era o cara que, com seu sorrisinho sarcástico, torturava psicologicamente as suas vítimas antes da tortura mais tradicional, aquela que dobra e corta a carne e quebra os ossos. Tal tarefa ficava com o personagem de Benicio del Toro, implacável com suas vítimas. O homem era o cão chupando manga, prendendo, arrebentando e passando fogo impiedosamente em quem estivesse pela sua frente. Seu tom de voz calmo, ameaçador e excessivamente sério botava pavor em qualquer um. E sua mira era perfeita, matando três de uma vez só.

Por essas e por outras, “Sicário” é um filme altamente recomendável que deve ser visto por aqueles que têm estômago forte. Um filme em que os atores dão a tônica.

Cartaz do filme

Marcer, uma agente do FBI extremamente sensível

Graver, um homem cínico e violento 

Alejandro, o cão chupando manga

Torturas. Prática usual.

Operações ilegais na via

Operações militares.

Sofrimentos extremos

Denis Villeneuve, o diretor.

Promovendo o filme

Nenhum comentário:

Postar um comentário