sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Resenha de Filme - O Último Cine Drive-In

O Último Cine Drive-In. Mais Uma Declaração De Amor Ao Cinema.
Mais um bom filme brasileiro nas telonas. “O Último Cine Drive-In” é um daqueles filmes onde o cinema faz uma declaração de amor ao próprio cinema, bem ao estilo de pérolas como “Cinema Paradiso”, “Splendor” ou “Cine Majestic”. Dessa vez, a película dirigida por Iberê Carvalho e estrelada por Othon Bastos, uma lenda viva do cinema brasileiro, vai novamente falar do hábito de se frequentar o cinema, mas com um atrativo a mais: fala-se, agora, de um cinema drive-in, daqueles que somente tinham sessões noturnas ao ar livre, onde as pessoas iam de carro para assistir aos filmes. O filme se passa em Brasília, bem ao lado do Estádio Mané Garrincha, onde há um cinema drive-in. Pela história da película, aquele é o último drive-in do país, comandado por Almeida (interpretado por Othon Bastos), que tem a ajuda de Paula (interpretada por Fernanda Rocha), a operadora cinematográfica e responsável pela lanchonete, e Zé (interpretado por Chico Sant’Anna), que fica na portaria. A ex-mulher de Almeida, Fátima (interpretada por Rita Assemany) está com uma doença terminal, o que faz com que o filho dos dois, Marlon Brando (interpretado por Breno Nina) retorne à Brasília. Depois de ouvir a mãe falar da saudade dos velhos tempos do cinema, que era muito frequentado, Brando decide tirar a mãe do hospital para assistir a uma última sessão de cinema do drive-in, que fechará suas portas devido à falta de público. Assim, Brando e Almeida correrão contra o tempo para fazer uma última sessão para Fátima.
Um roteiro altamente previsível, mas sempre cativante, ainda mais porque rende homenagens a paixão primária de todo cinéfilo, materializado aqui no personagem Almeida, que quer manter o sonho do drive-in vivo. Mas os tempos são outros e o cinema será fechado por ser altamente deficitário. O mais irônico é que Almeida tem um amigo que tem salas de cinema digitais e está bem de vida, enquanto que nosso protagonista dirige uma Kombi velha e caindo aos pedaços, símbolo da decadência dos tempos do celuloide de 35 mm. Assim, o filme dá a entender que a paixão pelo cinema não acabou de fato, mas o que acabou foram as antigas formas de você amar o cinema, onde o drive-in ainda era uma prática corriqueira, ao lado do bom e velho 35 mm. A parte mais tocante da história é presenciarmos Fátima se lembrando dos velhos tempos de funcionamento do cinema a céu aberto e de todo o espetáculo que ocorria não somente na tela, mas também na audiência, onde um estacionamento lotado de carros era uma atração à parte.

Dessa forma, “O Último Cine Drive-In” é um filme que homenageia uma sétima arte já esquecida e distante no passado, totalmente destoante da sétima arte que estamos acostumados a ver nos cinemas de shopping. Uma sétima arte que nos dá saudade e traz lágrimas aos olhos. Lágrimas que só os amantes do cinema compreendem.

Cartaz do filme

Almeida. Levando um cinema aos trancos e barrancos

Marlon Brando. Retornando para o antigo cinema e para o antigo pai por causa da mãe doente.

A velha kombi só pega empurrando

Pai e filho angustiados com o destino da mãe

Fátima e Marlon. Lembranças dos bons tempos do drive-in

Sessão de Gala...

Paula inicia a última sessão.

Equipe do filme...

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