domingo, 12 de julho de 2015

Resenha de Filme - Woody Allen, Um Documentário

Woody Allen, Um Documentário. Excelente Radiografia De Um Grande Talento.
E temos um documentário sobre Woody Allen. “Woody Allen, Um Documentário”, dirigido por Robert Beide, é um deleite para os fãs do grande diretor americano. Temos aqui uma radiografia fiel de sua carreira, que se preocupa igualmente com a parte artística, profissional e pessoal, sem exageros ou apelações. Uma cara de biografia autorizada sem esconder, tirar nem pôr. Temos aqui acesso a raras imagens de Allen em sua infância, assim como a grande oportunidade de ver o cineasta andando pela vizinhança de seu bairro de infância, mostrando a nós a casa onde nasceu e o local onde ficava o cinema de bairro que ele frequentava. Outro momento marcante foi ver seus primeiros shows de stand-up na tv, assim como suas entrevistas em talk-shows. A partir daí, o filme faz uma análise de suas principais obras cinematográficas. Devemos nos lembrar que Allen tem uma filmografia vastíssima, já que ele tem por hábito rodar um filme por ano, primando pela quantidade, pois assim, segundo suas próprias palavras, de vez em quando pode sair uma coisa boa.
Suas relações pessoais também são destacadas. É delicioso ver detalhes de seu relacionamento com Diane Keaton, assim como todos os filmes que fizeram juntos, com destaque todo especial para “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, (“Annie Hall”). Houve, ainda, a coragem de se enfocar todo o problema ocorrido com Mia Farrow. Devemos nos lembrar aqui que Allen começou um relacionamento com a filha adotiva do casal, de origem asiática, o que magoou Farrow profundamente, não perdoando o cineasta até hoje. É curioso notar que o filme trata esse tema delicado de forma bem sóbria e respeitosa, sem emitir qualquer juízo de valor para ambas as partes.
Outro grande trunfo do filme é todo um conjunto de depoimentos de atores consagrados que trabalharam com o grande mestre. Temos a óbvia presença de Diane Keaton, mas ainda Scarlet Johansson, Penélope Cruz, Owen Wilson, Josh Brolin, Naomi Watts, John Cusack, Sean Penn, entre outros. Mia Farrow, obviamente, não deu qualquer depoimento. A relação dos atores com Allen era um tanto quanto curiosa, pois alguns deles, como Josh Brolin, queriam mostrar o seu melhor, por estar justamente trabalhando com Allen, algo considerado por eles mesmos um ponto alto de sua carreira. Por outro lado, Allen mostrava sua preocupação em deixar os atores à vontade, dando-lhes uma certa liberdade e fazendo-lhes pequenos elogios ou pequenas observações, sempre cheio de dedos, de onde os atores poderiam melhorar. É muito engraçado perceber como a dimensão mítica de Allen provocava certo desconforto nos atores como também no próprio diretor.
Aliás, outro desconforto de Allen é explorado no filme. Inicialmente um grande comediante, onde seus primeiros filmes eram comédia pura, Allen toma um novo rumo em sua carreira ao dar aos seus filmes algumas reflexões mais profundas que os amantes de suas comédias nem sempre entenderam. Assim, Allen começa a encarar as opiniões contraditórias sobre seus filmes, sendo esse um dos motivos pelos quais ele deixou de ler as críticas sobre suas obras. O fato de nem sempre Allen ser uma unanimidade fez com que ele abominasse todo o clima festivo dos festivais como o de Cannes e o Oscar. Ele deixa bem claro que acha todo esse ambiente surreal e irreal, e que só vai a Cannes pois sua mulher e seus filhos gostam do famoso balneário, além do fato de que os produtores de seus filmes gostam de sua presença nos festivais.

Definitivamente, é um documentário que tem grande qualidade e que mostra a vida de Allen de forma respeitosa e fiel. Talvez a única coisa que tenha faltado foi a sua carreira como clarinetista nas casas de Jazz da vida, citada somente de forma muito rápida e passageira. Mas, ainda assim, o documentário é muito bom e vale ver e comprar o DVD para guardar. Esse filme mais o livro “Conversas Com Woody Allen” são as melhores fontes de informação sobre o famoso cineasta americano que estão disponíveis nos últimos tempos. Por essas e por outras, quem é (e não é) fã de Woody Allen tem esse documentário como programa obrigatório.

Cartaz do filme


Um gênio sempre inseguro...

Ele escreveu seus primeiros textos ainda na escola...

Relacionamento turbulento com Mia Farrow...

A irmã de Allen deu vários depoimentos...

...e Scorsese também!!!

Clarineta e jazz como paixões.

Diane Keaton, uma grande amiga.

Keaton tem boas lembranças...

"Annie Hall". Pavor por lagostas...

Com Penelope Cruz...

...Naomi Watts...


... e Scarlet Johanssom, que trabalhou em "Match Point", que Allen considera um de seus melhores filmes.

Engraçado sem deixar de ser sério...







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