sábado, 6 de junho de 2015

Resenha de Filme - Sangue Azul

Sangue Azul. Retorno Às Origens.
Uma boa história que fala do “bom filho que a casa torna”, usando a magia do circo como pano de fundo e amparada por um bom elenco, além de um caso de incesto mal resolvido. Essa é a impressão rápida que temos do bom filme brasileiro “Sangue Azul”. Dirigido por Lírio Ferreira, com o roteiro escrito por Felipe Barbosa e Sérgio Oliveira, “Sangue Azul” nos conta a história do Circo Netuno e sua trupe, que chega a Fernando de Noronha para uma temporada. Um dos membros do circo, Zolah (interpretado por Daniel de Oliveira) era natural da ilha e volta depois de muitos anos, sendo recebido de braços abertos. Zolah, na infância era Pedro. E ele mata as saudades da população local, tendo casos com várias mulheres, o que rende ao filme muitas e sensuais cenas de sexo. O líder da trupe é Kaleb (interpretado por um sempre bom Paulo Cesar Pereio), homossexual de carteirinha, que tem um caso com o “homem forte” Inox (interpretado por Milhem Cortaz). O atirador de facas é Gaetan (interpretado por Matheus Nachtergaele) e Teorema, sua deliciosa assistente (interpretada pela lindíssima Laura Ramos). Um dos nativos da ilha, Mumbebo, é interpretado pelo lendário Ruy Guerra. Dá para perceber que o elenco realmente bate um bolão. E a história não fica atrás. Pedro teve que ir embora da ilha muito jovem, pois seu relacionamento com sua irmã Raquel estava, digamos, passando dos limites. Mas agora, Pedro retorna como Zolah, e Raquel (interpretada por Caroline Abras) está noiva do melhor amigo de Pedro, o escultor Cangulo (interpretado por Rômulo Braga). Essa volta do circo vai virar as mentes e nervos da comunidade ao avesso, assim como os membros do circo. E o filme se desdobrará em todo esse pequeno Universo de conflitos.
“Sangue Azul” é um drama com D maiúsculo, muito bem escrito, que não deixa desgrudar nossos olhos da tela um segundo. A cadência chega a ser lenta em alguns momentos, mas isso é compensado pelas lindíssimas paisagens de Fernando de Noronha e pelos números altamente lúdicos de circo. As lindas mulheres do filme e as cenas de sexo fazem com que a película transpire sensualidade, sem se perder no mau gosto. O bom elenco apoia muito bem a história, mesmo quando seu ritmo fica mais lento e maçante. Como um exemplo, é cativante ver uma explicação mitológica das origens da ilha dada as crianças por Mumbebo. O filme ainda tem curiosidades marcantes como a cena em que Milhem Cortaz, que só faz papéis de machões em sua maioria das vezes, ser flagrado numa cena de sexo homossexual. Mas, curiosidades à parte, a história realmente gira em torno de Pedro e Raquel, onde a tentação incestuosa coloca os nervos à flor da pele. O que vai sair daí? Só indo ao cinema para conferir.

Dessa forma, “Sangue Azul” é mais um bom filme brasileiro que merece muito ser visto e passa mais uma vez quase que despercebido por uma divulgação pouco satisfatória. Todos nós sabemos que haverá um novo “Exterminador do Futuro” daqui a algum tempo. Por que não saber dos bons filmes brasileiros exibidos hoje mesmo? Assim fica difícil criar uma cultura cinematográfica nacional. Enfim...

Cartaz do filme.


Bela paisagem de Fernando de Noronha como atração

O Circo Netuno

Pedro (ou Zolah). Acertando contas com o passado.

Gaetan, o atirador de facas e a sensual Teorema

Inox, um machão nem tão machão assim

Paulo Cesar Pereio e Brenda Lígia também fizeram parte do elenco


Ruy Guerra de barba branca) nas filmagens


Irmãos indo além do limite

Coletiva de imprensa.

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