sexta-feira, 5 de junho de 2015

Resenha de Filme - Mad Max, Estrada da Fúria

Mad Max, Estrada Da Fúria. Guerra Pelo Volume Morto.
Um “remake” em nossas telonas. “Mad Max, Estrada da Fúria”, é inspirado na série de longas estrelados por Mel Gibson em meados da década de 1980. Confesso que essa trilogia nunca me atraiu muito, pois quando eu começava a ver um trecho de alguns daqueles filmes, logo ficava de saco cheio daquela perseguição automobilística aparentemente sem qualquer fundamento, com cenas de extrema violência, e a trama não ia mais além daquilo. Mas aí fizeram o tal “remake”. Estaria eu equivocado então? O filme tinha lá suas virtudes? Bom, como as coisas não podem ser do tipo “não vi e não gostei”, me aventurei a assistir no cinema o tal “remake”.
E o que podemos falar do filme? É mais uma daquelas películas onde uma boa ideia foi mal aproveitada. O mundo no futuro enfrenta uma escassez gritante de combustível e água, a ponto de as pessoas entrarem em guerra por estes recursos e, simplesmente, surtarem. Gasolina, água, vegetais de qualquer espécie e até... leite materno (credo!) eram disputados como ouro em guerras entre clãs que sobreviveram à tragédia nuclear. E aí, nosso tal de Max (interpretado por Tom Hardy), um ex-policial das estradas, era também uma espécie de recurso natural, por possuir sangue tipo O negativo, considerado raro até nos dias de hoje. Nem todos os humanos dessa época nascem com a saúde perfeita. Vários deles tem a expectativa de vida que é a metade de um ser humano normal e são mais branquinhos do que um pacote de açúcar. Surtadíssimos e suicidas, diga-se de passagem. Numa dessas comunidades, governada por um Immortan Joe (interpretado por Hugh Keays-Byrne), muitos recursos são produzidos, mas o tal líder é uma figura extremamente autoritária e sinistra. Há também a Imperatriz Furiosa (interpretada por uma Charlize Theron masculinizada para o papel e maneta graças ao CGI), que irá coordenar um ataque motorizado contra uma comunidade, mas desvia-se da cidade, contrariando as ordens de Immortan Joe, que passa a persegui-la, com a ajuda de outro clã. E nosso Max no meio de toda essa confusão. Por que a nossa Furiosa faz isso? Aí vocês deem um pulinho ao cinema para eu não estragar a surpresa.
Parece uma boa trama, não? E é, muito mesmo. Tem tudo a ver com a nossa realidade de hoje, onde cidades como Rio de Janeiro e São Paulo usam o tal volume morto de suas represas. A crise da água chegou antes da crise do combustível, apesar dos preços baixos atuais do petróleo. Mas uma coisa é a boa ideia. Outra coisa é o roteiro que se faz com ela. E aí, é aquela impressão que eu tinha dos “Mad Max” antigos quando eu tentava ver. Somente as perseguições com muitos tiros, porradas, explosões e violência aos borbotões. Um filme que tinha tudo para ser uma boa história de ficção científica distópica se transforma num filme de ação repetitivo e maçante. E sem a Tina Turner, o que é pior. Toda vez que vejo um filme com esse problema, eu penso no famoso desperdício de celulóide. E pensar que tem tanta gente aqui no Brasil com boas ideias, roteiros e imensa falta de recursos para concretizar tudo isso num bom filme. Lamentável.

Agora, não se pode negar que, para quem gosta desse gênero, o filme é um prato cheio. Mas somente isso, nada mais. Um entretenimento pirotécnico de ação puro. Nada mais que isso. E a trama tem potencial para ser algo maior. Vamos ver se há uma continuação e quais serão os rumos de um segundo filme...

Cartaz do filme.

Max, vivendo num mundo desorganizado e distópico

Escravizado e amordaçado

Uma imperatriz maneta.

Immortan Joe (credo!)

Um grupo de fugitivos.

As porradas e explosões de sempre...

... sem falar de um certo exotismo insano...

Elenco nas coletivas de imprensa...




Nenhum comentário:

Postar um comentário