sábado, 27 de junho de 2015

Resenha de Filme - Minha Querida Dama

Minha Querida Dama. Mais Do Que Um Apartamento Herdado.
Mais um bom filme em nossas telas. “Minha Querida Dama”, escrito e dirigido por Israel Horovitz, tem a virtude da película que mistura gêneros. Entramos na sala pensando que vamos ver uma comédia romântica bobinha. Mass o filme se transforma e temos na verdade um drama denso e bem escrito. O filme também tem duas outras virtudes. Ele se apoia num excelente elenco e tem Paris como pano de fundo. Assim, temos temperos especiais que só tornam o conjunto da obra mais gostoso.
Vemos aqui a história de Mathias Gold (interpretado por Kevin Kline), um homem de meia idade que se considera um fracassado. Mathias nunca se deu bem com seu pai e agora ele teve que se desfazer de todos os seus bens para viajar de Nova York a Paris para tomar posse de um apartamento que seu pai deixou como herança. Sua esperança é vender esse apartamento para recomeçar sua vida. Quando ele chega lá, encontra um bom apartamento de dois andares e um grande jardim, cheio de quinquilharias e com uma senhora de 92 anos vivendo nele. Ela se chama Mathilde (interpretada por Maggie Smith) e lhe comunica que era a antiga proprietária. Mathilde vendeu o apartamento para o pai de Mathias sob a condição do imóvel ser um “viager”, ou seja, o novo proprietário teria que aceitar o antigo proprietário morando lá até a sua morte e, mais ainda, o novo proprietário ainda teria que pagar uma espécie de aluguel ao antigo proprietário enquanto este último vivesse. Mathias, sem saber muito o que fazer, aluga um dos quartos para permanecer em Paris com a intenção de buscar a melhor solução possível para todo esse imbróglio. Numa bela manhã, Mathias descobre que Mathilde tem uma filha, Chloé (interpretada pela bela Kristin Scott Thomas), ao flagrá-la no banheiro. Devido à situação constrangedora, o relacionamento entre Mathias e Chloé começa de uma forma muito ácida e agressiva. E esse trio (Mathias, Mathilde e Chloé) vai ter que se aturar até que se resolva todo o problema.
À despeito da curiosidade dessa estranha peculiaridade do sistema imobiliário francês (o tal do “viager”), o filme tem um escopo principal mais interessante, que é o relacionamento entre os três personagens principais, à medida que o passado de todos vai sendo desvendado. É nessa hora que a leve comédia passa a ter contornos de um drama bem elaborado que realmente vale o ingresso. E aqui deve ser dito que todos os atores principais estiveram muito bem mas, dentre eles, Kevin Kline simplesmente arrasou. Ele nos fez rir e nos comover com toda a carga dramática do personagem, que não pode ser destrinchada em mais detalhes aqui por causa dos spoilers. É muito legal ver esse ator que tanto trabalhou lá na década de 1980 fazendo um papel de peso aqui e se mostrando em muito boa forma na arte de atuar. De Maggie Smith, não podemos falar nada de ruim; ela sempre consegue dar um ar de graça e serenidade em suas personagens. E é muito bom ver Kristin Scott Thomas de volta. Apesar dos traços da idade, sua beleza platônica continua intacta. Ao olharmos seu rosto com os lindos olhos claros sempre temos aquela impressão de quando encaramos aqueles anjinhos de resina em lojas de presentes. Passa algo de cândido, macio e afetuoso.
Dessa forma, “Minha Querida Dama” é mais um bom filme que está pelos cinemas da cidade e que vale a pena dar aquela conferida, pois é cheio de atrativos que agradam muito quem gosta de um bom cinema.

Cartaz do filme

Mathias. Um homem atormentado pelo seu passado

Mathilde. Uma pedra no sapato de Mathias

Chloé. Filha de Mathilde e relação conflituosa com Mathias

Muitas brigas entre os dois.

Buscando compreender a situação

Um apartamento difícil de vender

Revirando o passado



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