sábado, 18 de abril de 2015

Resenha de Filme - Cinquenta Tons de Cinza

Cinquenta Tons de Cinza. Mas Foram Só Uns Dois Ou Três.
Mais um filme baseado num best-seller. Só que, dessa vez, nada de aventuras para o público adolescente. A coisa agora é bem mais adulta. E bem mais quente: o livro “Cinquenta Tons de Cinza”, de E. L. James que, ao contrário do que a nossa cultura sexista possa dar a impressão, é uma escritora do sexo feminino. Pois é, ainda parece que, para serem mais aceitas no mercado, as escritoras colocam somente as iniciais de seus nomes para esconder o sexo da qual fazem parte, assim como a escritora Dorothy Fontana fazia (ela escreveu várias das melhores histórias da série clássica de Jornada nas Estrelas com os créditos de D. C. Fontana). Mas a história de “Cinquenta Tons de Cinza” fez muito sucesso, principalmente sobre o público feminino.
Temos aqui a história de um jovem e grande empresário, Christian Grey (interpretado por Jamie Dornan), que agendou uma entrevista com a também jovem Anastasia Steele (interpretada por Dakota Johnson). Obviamente, os dois ficam interessados um no outro e começam um caso. Não começaram um romance, pois os gostos sexuais do “sr. Cinza” são um tanto exóticos. Ele adora uma parada sadomasoquista e tem cinquenta técnicas para isso. Só que, para rolar as tais práticas, ele estabelece um contrato com Anastasia, ao bom estilo do empresário capitalista. E aí, o filme vai fluindo, em meio a muitas pegações e tapas na bunda da menina.
À despeito das reações do público feminino com o filme (o Ancelmo Góes disse no O Globo que um monte de velhinhas gritou num cinema aqui no Rio quando o Grey tirou a camisa, endossando que “há testemunhas”, e uma mulher foi presa no México, pois se masturbava durante uma sessão do filme), não temos uma grande película. Algumas cenas de sexo com poucas genitálias à mostra em flashes muito rápidos (mal podemos ver os pêlos pubianos da moça), uma insinuação de sexo oral que chegava somente até o umbigo de Anastasia, e não muito mais que isso. A única cena mais forte foi uma pegada por trás... é a coisa que já foi dita aqui: as visões de erotismo da cultura amglo-saxã são um tanto quanto restritas. Qualquer DVD das “Brasileirinhas” é muito mais eficiente que esse filme. O livro deve ser muito melhor que isso, já que a leitura dá mais asas à imaginação.
No mais, o filme lembrou os tempos áureos da pornochanchada tupiniquim, quando o tal empresário foi à loja de ferragens onde a moça trabalha para comprar cordas e fitas adesivas, numa insinuação dos gostos sexuais do rapaz. Os tapas na bunda também lembravam muitos de nossos filmes eróticos lá de meados da década de 1970.
Agora, o nome do empresário é que é o fim da picada. Christian Grey é uma alusão clara aos perfumes Christian Gray, que juntamente com a Avon, eram vendidos por muitas mulheres na década de 1980 (a minha avó vendia as duas marcas). Só para vocês terem uma ideia do impacto que isso teria hoje, era como se o empresário do filme se chamasse Jequiti ou coisa parecida...

Dessa forma, se você quer ver “Cinquenta Tons de Cinza” no cinema, sugiro também que leia o livro (se ainda não leu), pois a história contada nas telonas o fez de uma forma decepcionante. Se o negócio é erotismo, qualquer DVD erótico brasileiro dá de mil a zero. Ficou um gostinho de “Já acabou??? Cadê???”.

Um casal exótico


Pose sensuallll..


Pegação no elevador


Poucos momentos de nudez





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