terça-feira, 18 de novembro de 2014

Resenha de Filme - Mil Vezes Boa Noite

Mil Vezes Boa Noite. Paz Na Guerra E Guerra Na Paz.
Um interessante filme que conta com a excelente presença de Juliette Binoche e... Larry Mullen Jr. Isso mesmo, o baterista do U2 tem, entre as suas atribuições, desenvolver a carreira de ator. “Mil Vezes Boa Noite” vai falar de Rebecca (interpretada por Binoche), uma fotógrafa especializada em cobrir guerras e conflitos pelo mundo, passando por situações muito perigosas, onde sua vida sempre está em jogo. O problema é que seu marido, Marcus (interpretado por Nikolaj Coster-Waldau) e suas duas filhas não aguentam mais os riscos que a esposa e mãe correm, a ponto de Marcus lhe dar um ultimato depois que Rebecca é seriamente ferida num atentado a bomba em Cabul: ou ela deixa a perigosa carreira, ou Marcus a deixa. Rebecca irá desistir da carreira, mas surgirá o convite para ela fotografar um campo de refugiados no Quênia, aparentemente tranquilo. Rebecca irá para lá com sua filha mais velha Steph (interpretada por Lauryn Canny), que quer fazer um trabalho na escola sobre a África e quer compartilhar as experiências da mãe, até para poder se aproximar dela.
Esse é um filme de emoções muito fortes. Um filme que consegue orbitar de forma eficiente da esfera do público a esfera do privado. É um filme de denúncia, pois fala das condições de miséria extrema em regiões da África e Ásia, e de violentas guerras civis que, em última análise, são provocadas pela ganância de grandes corporações capitalistas do primeiro mundo. Tal situação de injustiça atiça o espírito desafiador de Rebecca, que a encoraja a enfrentar todas as mazelas das guerras civis para denunciá-las com o clique de sua câmara fotográfica. Mas, por outro lado, seu espírito desafiador implode o relacionamento com o marido e as filhas. Assim, nossa protagonista está numa situação de constante guerra. Em seu trabalho, ela registra a guerra alheia. Em seu lar, ela sofre os efeitos de uma guerra dela contra ela mesma, onde seus entes queridos estão envolvidos. E não há mocinhos ou bandidos nessa guerra privada. Apenas vítimas. Tais conflitos familiares são muito intensos. E Juliette Binoche nos brinda com uma interpretação soberba, onde sua expressão de sentimentos nos dói até nos ossos. Larry Mullen Jr? Bom, ele fez um dos coadjuvantes e era muito, muito comedido, quase em sussurros. Ainda tem que melhorar muito. Força nas baquetas! De qualquer forma, é legal ver nosso baterista tentar. Só que perto de Binoche, é covardia...

O mais problemático aqui é que, qualquer que seja a decisão de Rebecca, ela sofrerá perdas. Se optar pela família, não dará mais voz aos massacrados pelo horror da guerra. E, se optar pela carreira, se afastará ainda mais de sua família, talvez definitivamente. Qualquer que seja a decisão, ela será tomada por caminhos muito tortuosos e difíceis, que só aumentam as fortes emoções desse ótimo drama familiar regado a um forte tom social. É uma película muito curiosa e digna de atenção.


Cartaz do filme


 
Rebecca, uma destemida fotógrafa


Que arrisca sua vida frequentemente.


A relação com o marido Marcus tem altos e baixos.


Buscando se aproximar da filha Steph


Mãe e filha num campo de refugiados.


Larry Mullen Jr se esforça, mas...

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