sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Resenha de Filme - Darkman, Vingança sem Rosto

Darkman, Vingança Sem Rosto. Super Herói Exótico De Suspense e Terrir.
A década de 1990 nos produziu excelentes filmes, alguns muito carregados de um exotismo bem característico. Foi o caso de “Darkman, Vingança sem Rosto”, com o excelente Liam Neeson no papel principal. O grande detalhe da história é a sua alta dose de humor (a gente ri demais ao ver essa película), disfarçada numa roupagem que é um misto de suspense e terror. Recordar é viver, vamos lá!
Temos aqui uma trama de um cientista de nome Peyton (interpretado por Neeson), que busca desenvolver uma pele artificial. O problema é que a estabilidade dessa pele não dura mais do que cem minutos, se deteriorando em seguida. A namorada do cientista, Julie (interpretada por Frances McDormand, que não é o melhor exemplo de carinha de porcelana do “star system”) trabalha para uma empresa que fez vários pagamentos de propinas com a intenção de construir um bairro repleto de torres de vidro. O chefe de Julie, Strack (interpretado por Colin Friels) pede à moça os memorandos em poder dela que comprovam a fraude, mas os papéis estão na casa do cientista. O patrão então mandará seu capanga Durant (interpretado por Larry Drake) ir à casa de Peyton para pegar os papéis, não sem antes desfigurar o rosto e as mãos do coitado com fogo e elementos químicos de suas experiências, além de explodir o apartamento, com o corpo de Peyton sendo lançado no rio em frente. Só sobrou a orelha para o enterro! Mas nosso cientista foi resgatado como indigente por um hospital que fazia experiências com pessoas esquecidas. Seus nervos foram cortados para que ele não mais sentisse dor, mas isso também provocava (não me perguntem por que!) uma alta ansiedade (ops, já vi esse título!) no indivíduo, que se tornava uma criatura violenta, agressiva e sinistra. O nosso agora cientista cobaia consegue fugir do hospital e volta ao seu apartamento, não sem antes abordar a namorada na rua, que sai correndo daquela figura horrenda cheia de ataduras no rosto e mãos. A partir daí, nosso herói buscará a vingança contra seus inimigos, mas também terá de lutar contra si mesmo, onde um homem racional e inteligente duela com um ser violento e sádico, bem ao estilo de “O Médico e o Monstro”.
Esse filme tem características interessantes. Em primeiro lugar, vemos um ritmo muito rápido em alguns momentos, marcado por uma rápida e bem elaborada composição de imagens. Podemos ver isso muito bem na sequência em que o cientista é desfigurado pelos capangas. Socos e cabeça lançada ao vidro, mergulhada no ácido, queimada no fogo, tudo isso mostrado de forma bem frenética, com um tom até cômico. Mas engraçada mesmo é a sequência do parque de diversões, onde Peyton inicia uma discussão com o carinha da barraquinha de acertar as latas com a bolinha. Ao ter um elefante cor-de-rosa de pelúcia negado pelo sujeito da barraca, o cientista começa a bater boca e as imagens vão mostrando o estado de nervos crescente do herói, o sarcasmo do cara da barraca e a cara boba de “deixa disso” da namorada. Ao tocar com seus dedos no protagonista, o carinha não espera que Peyton torcerá seus dedos, causando-lhe uma fratura exposta. Ocorre, então, o que eu acho o melhor momento do filme. A câmera desliza do rosto do carinha para o do herói e, finalmente, da namorada. Três gritos: um de dor, outro de raiva e um último de pavor. Peyton então pega o elefante e joga raivoso contra a namorada, aos gritos de “Toma logo esse elefante!”. Hilário!
A forma sádica como o protagonista liquida os vilões e joga uns contra os outros também é muito engraçada. O primeiro capanga ele mata colocando a cabeça para fora de um bueiro numa rua movimentada (os dois estavam no esgoto, onde o cientista dava ao vilão um banho de excrementos). Veio o caminhão e... ploft! Ele fotografou todos os rostos dos vilões e fez máscaras de pele artificial, infiltrando-se na quadrilha e provocando conflitos entre os membros desta. O líder dos capangas, Durant é que teve a morte mais inusitada. O helicóptero em que estava foi enganchado por Peyton num caminhão e puxado até a boca de um túnel onde chocou-se e explodiu. Tudo isso regado a gargalhadas sádicas de nosso herói coberto de ataduras.

Assim, “Darkman” é um filme muito interessante e engraçado por sua rapidez de ritmo, sua composição frenética de imagens e toda a graça envolvida nisso, beirando em alguns momentos a caricatura, mas não sem perder o carisma ou parecer uma produção mais chula.


Cartaz do Filme.


Um herói cheio de ataduras.


Realmente, é melhor com as ataduras. 


Um par romântico e tanto.


Raiva no parque de diversões. 

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