domingo, 23 de fevereiro de 2014

Resenha de Filme - Nebraska

Nebraska. Resgate de Memórias Esquecidas.
Mais um candidato ao Oscar, com seis indicações. O bom filme “Nebraska”, de Alexander Payne, é uma comédia primorosa e, como todos os bons filmes, abre espaço para a reflexão. Sem falar que é outra obra que lança mão da beleza do preto e branco e tem tons de road movie familiar.
A história fala de Woody Grant (interpretado por Bruce Dern), um idoso barbudo e descabelado aparentemente fora de órbita que acredita que ganhou um prêmio de um milhão de dólares numa propaganda de assinatura de revistas. Morando em Montana, o velhinho quer viajar para a cidade de Lincoln, em Nebraska, para pegar o suposto prêmio, saindo de casa sozinho o tempo todo, levando à loucura sua mulher Kate (interpretada por June Squibb), que reclama dele sem parar. O fardo acaba sobrando para o filho de Woody, David (interpretado por Will Forte), que acaba organizando uma viagem até Lincoln, sob veementes protestos de Kate. Devido a imprevistos na viagem, David e Woody são obrigados a parar na cidade natal do pai, Hawthorne, onde Woody se encontra com parentes e espalha para a cidade que ganhou o tal milhão de dólares. Isso provoca um rebuliço danado na cidade de interior americana onde nada acontece e que está arrasada pela crise econômica que assola o mundo. A partir daí, parentes e amigos de Woody vão tentar arrancar dinheiro do velhinho, sendo defendidos por Kate (que chegou de ônibus), David e o filho mais velho Ross, que chega também para encontrar-se com a família (interpretado por Bob Odenkirk). Toda essa história é contada com muito humor e com destaque para os personagens de Woody e Kate, que dão muita graça ao filme. Mas o detalhe mais interessante da trama é descoberta, por parte de David, de detalhes de sua família que ele não conhecia, ao revirar o passado na longínqua cidade de Hawthorne. A visita de Kate ao cemitério luterano da família de Woody (Kate era católica) deu a oportunidade a David de conhecer parentes e histórias de família totalmente enterradas como os mortos. David teve, também, a oportunidade de conhecer uma ex-namorada do pai, puladas de cerca do pai e da mãe, a visita a casa onde Woody passou sua infância e mais outros episódios que dão um tom de nostalgia e saudade para o filme. Um detalhe interessante foi o fato de Woody estar tão obstinado para pegar o prêmio. Ele queria comprar uma pick-up para deixar de herança para os filhos (sua pouca presença como pai em contraste com sua alta benevolência para com os amigos o parecia atormentar) e comprar também um compressor de ar que um amigo dele (que se revela no filme um verdadeiro canalha) havia tomado emprestado e não devolvido. Essa vontade de deixar uma herança para os filhos torna a relação entre David e Woody mais afetiva.

Podemos dizer, então, que “Nebraska” é um excelente filme, merece ser visto e será de grande injustiça se ele não ganhar qualquer estatueta na festa do Oscar. Mais um filme que merece vários prêmios.

Cartaz do Filme. Um descabelado Woody...



Woody e David. Pai e Filho nas estradas da América. 


Kate, esposa e mãe. Personagem muito engraçada.


 Família de olho na suposta grana

Caminho no cemitério: melhor sequência do filme.


Bruce Dern em excelente atuação! 

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