quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Resenha de Filme - Questão de Tempo

Questão de Tempo: Do que Você se Arrepende?

O filme inglês “Questão de Tempo” nos mostra uma história no mínimo inusitada. Ele fala de um rapaz de nome Tim (interpretado por Domhnall Gleeson) que descobre através de seu pai que os homens de sua família, quando chegam à idade de vinte e um anos, têm o poder de viajar no tempo, apenas para o passado, ao se trancar num lugar escuro, fechar os punhos e pensar na época para onde quer ir. Tim acha essa história ridícula, mas tenta assim mesmo. E não é que a tal mandinga funciona? A partir daí, Tim vai utilizar essa artimanha para corrigir os erros que vai cometer ao longo da vida. Esse filme lembra muito aquilo que falamos quando nos arrependemos de alguma coisa que fazemos: “ ah, se eu pudesse voltar no tempo para consertar a besteira que fiz...”. Mas Tim usa também esse poder para ser uma espécie de “super-herói” que corrige situações escabrosas em que seus entes queridos se metem. Mas logo Tim percebe que ele nem sempre pode usar esse poder de forma indiscriminada, pois ao modificar algumas situações, ele também pode modificar o seu presente, bem ao estilo daquelas fórmulas bem batidas de alteração do passado que leva a mudanças no presente que já vimos em vários filmes de ficção científica. De qualquer forma, Tim usa seu poder para transformar sua vida e a faz bem feliz: consegue uma ótima esposa, filhos maravilhosos, é bem sucedido no emprego, etc. Mas Tim acaba não escapando de encarar a morte do próprio pai, também possuidor desses poderes, e de não poder consertar num piscar de olhos a vida de sua amada irmã Kit Kat, já que este seu poder possui alguns limites. Assim, Tim percebe que, em algumas situações ele vai ter que se virar como nós, meros mortais, usando muito jogo de cintura para superar as adversidades da vida. Depois de nascido seu terceiro filho, o poder de Tim desaparece, o que significa que ele não poderá mais se encontrar com seu pai. No seu último encontro, Tim receberá do pai a seguinte sugestão: passe alguns dias sem usar esse poder e depois reviva esses dias de uma forma mais leve, ou seja, leve a vida um pouco mais na flauta. Mas a grande mensagem do filme está mais ao final: como não temos esse poder de voltar ao passado para consertar as coisas, o mais importante é viver cada dia como se fosse o último, aproveitando sua vida ao máximo. Cada dia é uma nova oportunidade de mudança, de tentar novos acertos e corrigir novos erros, ou seja, não precisamos retornar ao passado para construirmos uma boa vida para nós. O grande lance é buscar os acertos, desfrutar das benesses deles e, quando errarmos, aprendermos com nossos erros para ampliarmos nossas chances de sucesso em tudo no futuro. É uma bonita mensagem de um filme que tem tons de comédia romântica e drama. É o cinema mais uma vez exercendo a sua função principal: nos fazer pensar e filosofar sobre as coisas da vida. Arte em movimento que toca a alma e o coração.

Lindo Cartaz do Filme, com Rachel McAdams (Mary, a esposa de Tim)


Tim e o Pai


Uma dupla viagem no tempo...

 

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