quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Resenha de Filme - Álbum de Família

Fotos Rasgadas de um Álbum de Família.

Será que existe em algum lugar uma família 100% perfeita? A gente sempre acha que nossa família têm muitos defeitos e que nossos parentes nada mais são do que uma sucursal da “Família Trapo”, uma espécie de avó do “Sai de Baixo”, que existiu na TV Record há muitos anos. Não, não é possível que as outras famílias sejam da mesma forma que a minha, é o que a gente pensa. Mas, no fim das contas, parece que toda família tem seus problemas. Aliás, muuuuitos problemas! É o que nos mostra o novo filme da Maryl Streep, “Álbum de Família”. A história do filme fala do casal Violet (interpretado por Streep) e Beverly Weston (interpretado por Sam Shepard). Ele, viciado em álcool, ela, viciada em medicamentos, pois trata de um câncer na boca. Ironicamente, Violet não tem papas na língua e diz o que pensa, ainda mais quando está chapada de tomar tanto remédio. As filhas do casal não dão mais qualquer atenção para o pai e a mãe (com a exceção de Ivy, interpretada por Juliane Nicholson), que vivem abandonados numa casa escura e quente. Mas Beverly desaparece, o que obriga que todas as filhas mais a irmã de Violet, Mattie Fae (interpretada pela ótima Margo Martindale), apareçam na casa. O corpo de Beverly é encontrado, o que leva a todos participarem do funeral e a tirarem suas diferenças num jantar após o enterro. Cabe dizer que o jantar pode ser considerado o clímax do filme, onde várias situações de família são apresentadas. Situações cômicas, constrangedoras, agressivas, havendo inclusive um ataque da filha Barbara (interpretada por Julia Roberts) contra Violet, pelo fato de a filha não se conformar mais com o vício em remédios da mãe. Isso depois de Violet atacar verbalmente praticamente toda a família, por estar sob o efeito dos medicamentos. Podemos dizer que Meryl Streep deu outro show de atuação e meteu todo o cast do filme no bolso, que contou com atores conceituados como Ewan McGregor, Juliette Lewis e Chris Cooper. Um destaque aqui dever ser dado ao nosso Khan de “Star Trek, Além da Escuridão”, Benedict Cumberbatch, no papel de Little Charles, filho de Mattie Fae, altamente tripudiado por ela. Little Charles é um homem totalmente sensível e inseguro, choroso, que nada lembra o violento e maligno Khan. Pontaço para o Cumberbatch. O filme prende demais a atenção, pois o tema principal – o conflito familiar – é permeado pelos vários casos particulares desse conflito que nos trazem uma surpresa a quase todo o momento e que acabam interferindo em outras situações. Vemos nesse filme uma família totalmente em frangalhos, uma família destruída, sem mocinhos ou bandidos, apenas humanos que sentem, sofrem, que tomam atitudes corretas, mas também que erram, e muito. Familiares que se afastam uns dos outros e que não sabem mais nada do que acontece com seus parentes, como no caso de Ivy, que nem fala de um câncer que teve para as suas irmãs. Só Violet é que sabe de tudo o que se passa em sua família. “Álbum de Família” (que um jornal o rotulou indevidamente como comédia), é um filme altamente instigante, pois ele nos provoca, nos faz pensar, nos faz olharmos para dentro de nós mesmos e nos faz perguntar até onde estamos cometendo os mesmos erros dentro de nossas famílias. Às vezes, brigamos com nossos parentes, nos afastamos e só nos reconciliamos no fim de nossas vidas, quando um ente querido já se foi e todo mundo está velho e doente. Assim, “Álbum de Família” é um filme que vale muito a pena ser visto e é um caso bem sucedido de adaptação de peça de teatro para o cinema.

O cartaz do filme, com a cena da agressão de Barbara (Julia Roberts) a Violet (Meryl Streep)


Indo a caminho do enterro de Beverly


Ewan McGregor, com a barba de Obi Wan...


Ivy (em pé), Violet e Mattie Fae.


Benedict Cumberbatch, com Chris Cooper (boa atuação de nosso Khan!!!)

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