segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Numa Churrascaria da Zona Sul



Copacabana, vinte horas.
Estou na churrascaria.
Espero minha amada sem demora
voltar de seu emprego na galeria.
No restaurante, um mar de pessoas inconstantes.
Alguns falam a língua pátria.
Outros idiomas de terras distantes,
turistas até das terras ádrias.

Muito estranhos, esses estrangeiros!
Negros americanos, rindo cheios de trejeitos.
Nórdicos gordos e de bochechas vermelhas.
Francesas formosas e faceiras,
mas obsoletas perto da beleza das brasileiras,
que também povoam o local,
desfilando sua graça natural,
perfumando o ambiente com o seu floral.

E os funcionários?
Ah, esses trabalham de dar pena,
pois recebem baixos salários
e ainda labutam até muito depois da novena.
Desfilam carnes saborosas
mas têm vidas nada suntuosas.
Definitivamente, o sotaque não é de Trieste.
São eles quase todos do Nordeste.

Pois é.
É interessante como a injustiça do mundo
se expressa cheia de fé
nesse sítio profundo.
Uns muito comem e pouco pagam.
Outros muito trabalham e pouco recebem.
Os ricos têm luxos que se destacam
e os pobres, uma vida em que quase perecem.

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