segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Eclipse (ensaio da primeira poesia)

Era uma e meia da manhã.
O eclipse da Lua atingia seu auge.
Quase todo o disco lunar na umbra.
Apenas um pequeno filete de Lua nova,
metade azul, metade vermelho,
por efeitos da atmosfera terrestre.
Mesmo azul e vermelho
dos extremos do espectro visual.

De forma fantasmagórica,
mares e crateras ficavam translúcidos
na estreita penumbra.
O frio e a escuridão desses monumentos geológicos
me tocam profundo na alma.
Trazem serenidade e tranquilidade
sentimentos iguais aos nomes de mares lunares
que imperam no vazio de nossas imaginações.

Queria eu estar lá,
no frio cortante das profundezas abissais das crateras,
queria eu estar lá,
nas superfícies planas de areia fofa dos mares,
onde a solidão se estende por 360 graus.
Pois lá eu poderia refletir profundamente
o que tenho feito da minha vida,
escondido de tudo e de todos.

Todos nós às vezes
precisamos desses mares e crateras,
desses frios cortantes solitários e plácidos,
para que possamos refletir
até que ponto mergulhamos a vida dos que nos cercam,
dos que nos amam e estimam,
dos que nos valorizam,
num profundo eclipse da alma...

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