sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Resenha de Filme - A Banda Prometida (The Promised Band)

Festival do Rio 2016. A Banda Prometida. O Que Importa Menos é a Música.
O Festival do Rio exibiu mais um bom documentário, sacramentando de vez a sua tradição em nos presentear com boas películas do gênero. “A Banda Prometida” é uma produção um tanto inusitada. Um filme feito por mulheres, com um muro intransponível no meio, que é novamente a questão árabe-israelense. É muito interessante perceber como esse tema é uma fonte inesgotável não somente para documentários, mas também para filmes de enredo.
Nesta película, temos uma produtora americana de tv que decide realizar algo curioso: formar uma banda musical com mulheres israelenses e palestinas, como uma espécie de símbolo para a paz. Ela teve essa ideia depois de conhecer um alpinista palestino que escalou o Everest com o objetivo de divulgar a paz. Só que juntar essas mulheres não será uma coisa tão fácil, já que existem algumas áreas nos territórios ocupados onde a presença israelense é proibida, assim como há a proibição, por parte de Israel, da presença palestina em território israelense. Tais questões espinhosas acabam colocando a carreira musical do grupo em segundo plano. Aliás, do grupo de mulheres que queria formar a banda, somente uma tinha alguma formação musical e percebemos que a banda é apenas um pretexto para aproximar israelenses e palestinas, divulgando tudo isso num filme e mostrar que a paz ainda é possível naquela região tão belicosa.
É realmente um documentário muito bem realizado, mesmo que tenha havido tantas condições adversas. As restrições que as vigilâncias de fronteira dos dois países impuseram foram muitas e acabaram impedindo a participação de outras pessoas no filme. O tal alpinista palestino, por exemplo, foi impedido de se encontrar com a banda feminina (ele faria parte dela) por ter sido barrado na fronteira. O medo era algo constante também, provocado por uma desconfiança inicial, além da grande diversidade cultural como, por exemplo, o caso da moça árabe que vivia em Israel, ou o caso do rabino ortodoxo americano que tinha excelente formação musical, mas que não podia ouvir mulheres cantando, pois a sua visão da religião não o permitia, o que acabou provocando um desfalque sério no grupo. Contdo, tivemos exemplos muito positivos, como o caso da ex-militar israelense que se comoveu com a questão palestina e a palestina que largou a Cisjordânia e o marido para começar vida nova em Israel. Pode-se dizer que a interação entre essas mulheres provocou mudanças profundas na vida de algumas delas, o que foi algo muito legal de se ver, assim como foi também muito instigante perceber como as mulheres superaram medos e preconceitos, tornando-se amigas muito sinceras.
O documentário ainda teve a grande virtude de explicar, através de mapas, gráficos e muitas imagens, toda a complexa geopolítica local, mostrando, por exemplo, que a Cisjordânia não é uma área de dominação exclusivamente palestina, mas que há uma parte sob controle israelense, outra sobre controle israelense-palestino e uma última parte (a menor, diga-se de passagem) sob controle exclusivamente palestino. Era lá que vivia a palestina, numa área completamente proibida para os israelenses.

Assim, “A Banda Prometida” é mais um daqueles documentários que fala da realidade do conflito árabe-israelense e que tem o mérito de abordar o universo feminino nesse contexto. Fica aqui novamente a torcida de que esse filme tenha lançamento comercial por aqui. E não deixe de ver o trailer depois das fotos.

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Cartaz do Filme

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Uma produtora de tv (a loura)

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Uma palestina.

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Uma israelense

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Nas manifestações pela causa palestina...

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Dando um rolé por aí...

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Amigas...

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Gravando uma música...

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