segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Resenha de Filme - O Monstro de Mil Cabeças

O Monstro De Mil Cabeças. Sem Carência.
Uma produção mexicana muito curtinha, mas também muito interessante, passa em nossas telonas. “O Monstro de Mil Cabeças” é um daqueles filmes que a gente pode chamar de catarse, pois mostra uma daquelas coisas impossíveis que, volta e meia, a gente tem muita vontade de fazer. E que coisa é essa? Ir às últimas consequências na luta por seus direitos quando você paga um seguro ou plano de saúde. Quando digo últimas consequências é você pegar um revólver mesmo e arrancar dos caras graúdos que te sacaneiam seu direito na marra.
O filme fala da saga de Sonia Bonet (interpretada por Jana Raluy), que tem seu marido fazendo um tratamento contra o câncer e paga um seguro que deveria bancar isso. Mas a conhecida burocracia que todos nós conhecemos leva à situação absurda de que pagamos uma coisa que não nos cobre nos momentos mais difíceis (qualquer semelhança com os planos de saúde tupiniquins não é mera coincidência). Pois bem. Depois de ficar de molho esperando horas para ser atendida e de ser maltratada pelo médico responsável que poderia dar o laudo, Sonia perde a cabeça, segue de forma escondida o profissional até a casa dele e o rende com uma pistola. A partir daí, toda uma sucessão de eventos acontece com Sonia que, juntamente com seu filho, procura buscar o atendimento que o marido tem direito, já que a droga do seguro foi pago. Nem é preciso dizer que, à medida que as coisas acontecem, elas se enrolam cada vez mais. Mas vou deixar para o leitor ir ao cinema e ver como foi essa situação.
É uma pena que o filme tenha uma duração bem pequena (74 minutos), pois essa história tinha tudo para ser bem mais trabalhada e dar um pouco mais de caldo, virando uma verdadeira ópera do absurdo com “O” maiúsculo. De qualquer forma, ela já teve lances inusitados suficientes, dentre eles, o conflito entre mãe e filho durante os sequestros que a matrona fazia, empurrando o adolescente para confusões cada vez maiores. O mais interessante foi a opção pelo desfecho aberto, dando ao público a alternativa de ele mesmo tirar suas conclusões. De qualquer forma, foi muito interessante presenciarmos a situação espelhada no filme e concluirmos que a farra de seguros e planos de saúde com o público não é apenas uma exclusividade do Brasil e sim, muito provavelmente, um mal que assola toda a América Latina, quiçá os países do Terceiro Mundo, embora isso não seja nada alentador para nós.

Assim, “O Monstro de Mil Cabeças” é mais uma película catártica que está em circuito e que nos delicia pela desopilação de fígado que é ver uma mulher simplesmente surtar e buscar os seus direitos na marra contra um grupo de empresários que  destrata da cara de todos. Não deixa de ser uma diversão embora o tema seja bastante agônico. E não deixe de ver o trailer após as fotos.

Cartaz do Filme

Sonia precisa cuidar de seu marido

Mas o seguro não quer cobrir...

Então...

Indo às últimas consequências!!!

Seu filho é metido em todo o imbróglio...

... o que leva a uma relação de turbulência e paz com a mãe...

Qual será o desfecho dessa mulher desesperada? Com a palavra, o público...


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