segunda-feira, 30 de maio de 2016

Resenha de Filme - Os Outros

Os Outros. Sem Crise De Identidade.
Um curioso documentário brasileiro em nossas telonas. “Os Outros”, dirigido por Sandra Werneck, traz para nós o mundo dos cantores “covers”, ou seja, profissionais que têm como ofício e, principalmente, estilo de vida, caracterizar (e, por que não, incorporar) artistas que são seus ídolos. Para isso, foram escolhidos três profissionais: Carlos Evanney, que é o “cover” oficial de Roberto Carlos, Pepê Moraes, “cover” oficial de Cazuza, e Edson Júnior (ou Scarleth Sangalo), “cover” oficial de Ivete Sangalo.
Cada um desses protagonistas têm em comum a vontade de tornar a sua figura a mais próxima possível do artista que idolatram. Evanney tem uma preocupação toda especial com seu penteado para ficar bem próximo de seu grande ídolo, Roberto Carlos. Há toda uma atenção com a indumentária, destacando sempre a cor azul, como gosta o Rei. Mas Evanney não fica somente nisso. Ele também se porta e fala como se fosse o próprio Roberto Carlos, levando sua paixão pelo famoso cantor como um verdadeiro estilo de vida. Foram feitas imagens de seu passeio de barco, onde várias senhoras participam e dizem que curtem muito o passeio, pois não têm a oportunidade de estar perto do real Roberto Carlos, mas podem ficar muito próximas de Evanney. Um momento emocionante foi a presença de Evanney e alguns fãs na Urca, em frente à casa de Roberto Carlos, que acenou para a pequena multidão, o que levou Evanney às lágrimas. Sua dedicação e carinho com os aficionados por Roberto Carlos é tão grande que, mesmo se recuperando de um enfarte, ele recebeu com rosas as pessoas que faziam seu passeio de barco, tendo antes todo o cuidado de cortar todos os espinhos das rosas para não machucar a mão de ninguém.
Pepê Moraes, com seu puminha amarelo, faz as vezes de Cazuza, sendo um amante profundo do Rock’n Roll e um cara de espírito livre, super zen. Filho de militar, perdeu o pai aos doze anos e ainda tentou seguir a carreira militar, mas não era a dele. Casado com uma moça mais nova e com uma criança pequena, nem tudo são flores na vida de Pepê, que falou com uma certa melancolia de fases de aperto financeiro. Mas nunca deixou a peteca cair, sendo uma grande figura. Esse foi o único “cover” do filme que apareceu perto de seu ídolo, em virtude de Cazuza já ser falecido.
Já Scarleth Sangalo é um transformista que usa todos os recursos que tem e não tem para ficar o mais semelhante possível à sua diva. E o grande barato aqui é que Ivete Sangalo o recebe no seu trio elétrico e lhe dá a maior força, sendo esse um grande momento para o fã, que obviamente tem que enfrentar todo um preconceito, como sua própria mãe falou com um certo desgosto, mas o faz com muita coragem e não esmorece ao ter a visão de seu ídolo como modo de vida.

São três personagens que a gente simpatiza logo de cara, pois eles nos mostram uma paixão muito sincera pelos artistas que adoram. As lágrimas perante o cantor amado, as palavras sinceras do ídolo para com o seu fã, e a sensação de que o espírito de seu cantor favorito está no palco com você são momentos mágicos que só um fã devotado consegue compreender. E essa paixão é o que move a vida, a profissão e o estilo dessas figuras reais admiráveis. Tudo isso torna esse pequeno documentário de cerca de 70 minutos uma pequena joia de nosso cinema que deve ser prestigiada por todos nós. Não deixe de ver! E não deixe de ver o trailer após as fotos.


Cartaz do Filme

 
Vamos entrar no mundo dos "covers"?

Carlos Evanney. Muita preocupação com o penteado para ficar igualzinho ao Rei

Scarleth Sangalo. Intimidade com seu ídolo.

Pepê Moraes. Muito Rock'n Roll na veia.

O documentário contou com uma participação super especial de Erasmo Carlos (esse não é "cover").

A diretora Sandra Werneck e essa galera admirável!


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