terça-feira, 19 de abril de 2016

Resenha de Filme - "Guerra nas Estrelas", Episódio VII (Quarta Parte)

Vamos continuar a refletir sobre o Episódio VII. Snoke... quem é esse líder supremo? Seria o Imperador ressuscitado? No Universo expandido, fala-se que o Imperador teria deixado um clone prontinho para que a sua alma pudesse ocupar esse corpo caso ele morresse. Ainda, o Imperador tem os mesmos poderes de Ben Kenobi para manter seu espírito vivo, daí a possibilidade de “reencarnar” nesse novo clone. Será que essa ideia poderia ser aproveitada? Eu acharia ótimo... E não podemos nos esquecer de que o líder supremo quer Rey, assim como o Imperador queria Luke. É muito curioso também notar que o cenário em que o líder supremo fica (ou pelo menos sua imagem holográfica) é muito parecido com o cenário do líder imperioso dos cilônios (ou “cylons” para os mais novos) da série Galáctica (não a mais recente, mas a mais antiga de fins da década de 70). A disposição é a mesma: quem vai falar com o líder fica num plano inferior, olhando-o de baixo para cima. Outra homenagem de Abrams? Ainda falando de “Galáctica” e “Guerra nas Estrelas”, é interessante notar a alusão ao Império Romano em ambos os filmes, embora em Guerra nas Estrelas haja uma referência maior a Republica e ao Império, ao passo que na série antiga de “Galáctica” haja uma alusão da perseguição dos romanos aos judeus.
Continuando a falar sobre os novos personagens, muito me incomodou o estilo excessivamente cômico dado ao personagem de John Boyega, o Finn. Vou repetir aqui: o filme tem boas ideias e sacadas, mas que cansaram por ser excessivamente usadas. E esse também foi o caso de Finn. Ele passou muito rapidamente de figura atormentada para um dos heróis principais. E, nesse meio tempo, fez uma espécie de papel de “bobo da corte” que o aproximaria mais dos eternos personagens cômicos R2D2 e C3PO. Tudo bem que a gente possa dar umas risadas com esse personagem, mas isso tem que ficar muito bem medido, pois ele será um dos protagonistas, ele será um dos heróis. Em suma: ele não pode ser tão “lerdinho” o tempo todo. Vamos ver se o personagem se desenvolve ao longo dos outros episódios. Uma curiosidade extraída do “Almanaque Jedi”: o número 2187 de Finn é o mesmo número da cela de Leia na Estrela da Morte em “Uma Nova Esperança”. Mais uma boa referência implícita ao Episódio IV. E, segundo Chris Taylor, em seu excelente livro “Como Star Wars Conquistou o Universo”, “2187” foi o título de um filme de arte que muito chamou a atenção de Lucas em sua juventude, que teria, inclusive, ajudado o diretor a cunhar o conceito de força.
Vamos falar mais um pouquinho de Rey? Essa sim é uma personagem cheia de complexidades desde o início, o que abre muitas possibilidades. Ela é que provoca o tal “Despertar da Força”, sentido por Ren e Snoke. Já ficou bem claro que ela tem os midchlorians correndo no sangue e é uma jedi em potencial, puxando essa característica da suposta mãe, a princesa (ou general) Leia. Mas a moça ainda está imersa em muito medo e ódio, características que Ren notou enquanto a aprisionava e, principalmente no duelo entre os dois, quando Rey praticamente subjugou Ren e iria destruí-lo com todo o seu ódio, o que fatalmente a levaria direto para o lado sombrio. Por isso, na minha cabeça fica bem claro que aquela enorme cratera surgida entre Rey e Ren que evitou que a moça matasse o homem da Primeira Ordem mais salvou Rey do que Ren. E aí fica a dúvida: a cratera foi obra do acaso ou alguma manifestação da Força para evitar que Rey descambasse para o lado sombrio? Prefiro a primeira opção.
Um detalhe interessante foi a forma como Rey tateou o uso da força. Enquanto ela estava prisioneira de Kylo Ren, ela tentou convencer um stormtrooper (que estão dizendo por aí que era Daniel Craig, o atual James Bond, fazendo uma ponta) a soltá-la. Mas não tinha controlado o soldado. Dava para perceber que seu tom de voz era mais alto e com raiva. E ela não conseguiu o seu objetivo. Quando ela deu a ordem novamente, só que de forma mais delicada e pausada, sem raiva, ela conseguiu dominar a mente do stormtrooper, num indício de que ela deve controlar a sua raiva. Fazendo um trocadilho infame, ela não devia usar a Força, mas sim jeito.
Mas a coisa não parou por aí. Lembrando muito “O Retorno de Jedi”, quando Vader explorava a mente de Luke enquanto eles duelavam com os sabres de luz, e o senhor sombrio descobriu a existência de Leia, Ren também fazia o mesmo e torturava psicologicamente Rey, dizendo que ela é solitária e tem medo de partir. A moça sonha com uma ilha onde tem Han como figura paterna (algo que aconteceria ao fim do filme, mas com Luke; seria o cavaleiro jedi essa nova figura paterna e mestre, com Solo sendo o pai biológico?). Rey, por sua vez, usa o mesmo poder em Ren e diz que ele tem medo de não ser como Vader. A semelhança entre os dois aí chega a ser gritante (ambos têm medo e raiva, além de explorarem a mente um do outro com o uso da força) e é um fato que ajuda na hipótese de que os dois são irmãos.

No próximo artigo, falaremos mais sobre a morte de Han Solo e de mais alguns personagens da trilogia clássica. Até lá!

Quem é o líder Snoke???

Finn não pode ser muito engraçado...

Rey. Muito medo...

... e muito ódio...

Guerra psicológica entre Rey e Ren. Irmãos???





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