sábado, 12 de março de 2016

Resenha de Filme - Um Homem Entre Gigantes

Um Homem Entre Gigantes. Para Quem Gosta de Futebol Americano.
Um filmaço em nossas telonas. Will Smith está de volta com todo o seu talento em “Um Homem Entre Gigantes”, uma película que mexe num tremendo vespeiro e que tem Ridley Scott entre os produtores. Talvez seja por isso que ela só tenha sido indicada para um Globo de Ouro (melhor ator de drama) e não tenha recebido uma indicação sequer ao Oscar? Esse é mais um filme adequado ao discurso do desafio ao qual se referiu a presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, quando ela tentou justificar a ausência de negros nas indicações ao Oscar. E esse filme estrelado por Will Smith aumenta ainda mais a impressão de injustiça.
No que consiste a história da película? Vemos aqui o médico nigeriano Dr. Bennett Omalu (interpretado por Smith), que trabalha realizando autópsias. Como ele tem a mania de falar com os cadáveres e não se enturma muito com as pessoas, ele desperta preconceitos de seus colegas. Um belo dia, o corpo de um ex-jogador de futebol americano local, outrora considerado uma grande celebridade, vai parar em sua mesa de necrotério. Omalu estranha a morte precoce do ex-jogador e fará um exame mais minucioso em seu cérebro, quando descobre uma doença provocada pelos violentos choques de cabeça que esses jogadores sofrem. Ele publica seu estudo numa revista de medicina, o que é suficiente para fazer desabar a ira da Liga Profissional de Futebol Americano sobre sua pessoa. A Liga procurará desqualificar seu trabalho e destruí-lo em todos os sentidos. Omalu, então, começará uma luta por aquilo que acha justo.
Dá para perceber como o tema é espinhoso, ainda por cima porque é baseado numa história real. O Dr. Omalu comeu o pão que o diabo amassou, mas não esmoreceu, lutando para fazer prevalecer seu ponto de vista. O filme dá a entender que a Liga Profissional de Futebol Americano já sabia do problema há muito tempo e acobertou tudo. A doença que acometia os ex-jogadores era simplesmente horrível e destruiu várias famílias pelos Estados Unidos, não se sabendo ao certo o número de vítimas, havendo somente uma estimativa, alta por sinal.
Com relação ao elenco, Will Smith fez um simpático africano, altamente idealista e inocente para os padrões culturais americanos, onde ele trabalhou muito bem a questão do sotaque. Ele realmente não parecia em nada com um americano quando atuava e foi muito bem no papel. Mais uma injustiça que não tenha sido indicado ao Oscar. O filme ainda contou com a austera presença de Alec Baldwyn, que interpretou o Dr. Julian Bailes, um ex-médico de time de futebol que não aguentava mais ver o tormento dos ex-jogadores e se aliou a Omalu. Baldwyn sempre tem aquele jeito durão dele, que dá muito respeito aos papéis que interpreta. O elenco ainda contou com figuras conhecidas como David Morse (que trabalhou em filmes como “Contato”) e Paul Reiser (que trabalhou na série “Mad About You”).

Assim, “Um Homem Entre Gigantes” é mais um bom filme que temos esse ano e que aumenta aquela sensação de injustiça que vimos na festa do Oscar, pois Will Smith desempenhou seu papel com maestria e poderia muito bem ter uma indicação para o Oscar de melhor ator. A coragem de criticar uma instituição americana tão sólida quanto a do futebol americano também é digna de nota. Um filme que, independente de ter premiações ou não, é essencial e prova a função social do cinema que é a de denunciar situações injustas e escabrosas como as apresentadas na película. Programa imperdível! E não deixe de ver o trailer após as fotos.

Cartaz do Filme

Dr. Omalu, um médico africano nos EUA

Uma autópsia irá mudar sua vida

Uma terrível constatação

Encontrando um aliado

Discutindo como enfrentar a NFL

Falando duro...

Angústias e incertezas.

Will Smith, o verdadeiro Dr. Omalu e o diretor Peter Landesman

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