terça-feira, 15 de março de 2016

Resenha de Filme - Fique Comigo

Fique Comigo. Visões Do Humano No Condomínio.
Um filme francês muito fofinho em nossas telonas. “Fique Comigo” traz a superdiva Isabelle Huppert de volta. Só isso já era mais do que um motivo para a gente prestigiar esse filme. Mas a película tem muito mais do que isso. É um filme cheio de ternura e que celebra as relações humanas, por mais inusitadas que elas apareçam aqui.
A história se passa num condomínio de periferia, muito maltratado. Na reunião de moradores, é decidido que todos pagarão uma taxa para trocar o elevador, que vive dando defeito. Mas Sterkowitz (interpretado por Gustave Kervern), um morador do primeiro andar se nega a pagar, pois não o usa. Os condôminos, então, decidem que ele não pagará a obra, mas também não pode usar o elevador. O problema é que o homem comprou uma bicicleta ergométrica e, ao se exercitar, teve uma espécie de AVC, ficando preso a uma cadeira de rodas e dependente do elevador. Para que ninguém o veja usando o transporte, Sterkowitz sai à noite e vai a um hospital próximo pegar batatas fritas na máquina de guloseimas. Lá, ele conhece uma enfermeira (interpretada por Valeria Bruni Tedeschi) por quem se apaixona e decide visitá-la todas as noites, quando ela faz uma pausa em seu serviço para fumar. Paralelamente a essa história, temos Jeanne Meyer (interpretada por Huppert), uma atriz fracassada e abandonada pelo namorado, que faz amizade com Charly (interpretado por Jules Benchetrit), um jovem que mora no prédio, criando um lindo laço de amizade. Agora, a terceira história é a mais inusitada, a da argelina Hamida (interpretada por Tassadit Mandi), que tem o filho na prisão e acaba acolhendo o astronauta americano John Mckenzie (interpretado por Michael Pitt), que desce da Estação Espacial Internacional numa cápsula, que mais parecia aquelas do Projeto Gemini, na cobertura do edifício por engano, e tem que passar dois dias na casa da senhora até que a Nasa o busque, criando uma relação filial entre um americano e uma muçulmana.
São três histórias ternas e divertidas. A do senhor Sterkowitz é a mais dramática, onde o cadeirante é um personagem extremamente frágil, assim como a enfermeira pela qual ele se apaixona, uma mulher solitária e muito insegura. Dava dó de ver os dois tentando se aproximar, assim como os esforços de Sterkowitz para vê-la todas as noites, superando todas as barreiras impostas a um deficiente físico. Já a história de Jeanne Meyer teve um grande trunfo, pois a atriz mostrou para Charly seus filmes antigos e pudemos ver filmes verdadeiros de Huppert quando ela era muito jovem, com uma cara fofinha de garotinha. Um deleite para os olhos! Meyer também era uma personagem bem frágil e encontrou no frescor da juventude de Charly um estímulo para levar sua vida adiante e sua carreira de atriz. Agora, a história da afeição entre mãe e filho da senhora argelina com o astronauta americano foi a grande atração. Com o filho na prisão, Hamida literalmente recebeu um filho do céu quando o astronauta cai no prédio. Ao criar uma amizade entre os dois, faz-se uma graça com o estado de constante beligerância e animosidade entre americanos e muçulmanos hoje em dia, o que resultou nos momentos mais emocionantes da película.

Três histórias, três emoções diferentes. Muito carinho entre os personagens. É o tipo do filme que você sai levinho do cinema, configurando-se, por isso, num programa imperdível. Não deixe de ir ao cinema para ver esse ótimo filme. E não deixe de ver o trailer após as fotos.

Cartaz do Filme

Uma tensa reunião de condomínio

Jeanne Meyer, uma atriz em busca de um novo rumo

Charlie será um estímulo para Jeanne

Um cadeirante e uma enfermeira

Fazendo fotografias para impressionar sua amada

Fragilidade dos personagens é evidente

Um "filho"que cai do céu.

O astronauta americano vai ficar com saudades da senhora argelina...





Nenhum comentário:

Postar um comentário