sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Resenha de Filme - Suíte Francesa

Suíte Francesa. Amor Em Tempos De Guerra.
Quando falamos de filmes históricos, é impressionante a quantidade de películas que se remetem à Segunda Guerra Mundial. E o tema parece não se esgotar, pois, volta e meia, sempre aparece mais um filme falando desse período da História. É o caso do drama “Suíte Francesa”, que está em nossas telonas. Apesar de ser um filme de guerra, a temática está mais voltada para um romance.
Vemos aqui a história de Lucile Angellier (interpretada por Michelle Williams) uma moça que vivia com a sogra, a avarenta Madame Angellier (interpretada por Kristin Scott Thomas), pertencente a uma rica família local de uma cidadezinha de interior da França. Ambas esperavam o retorno do marido e filho, que era prisioneiro de guerra dos nazistas. E, enquanto isso, Madame Angellier cobrava os aluguéis dos seus inquilinos pobres sem dó nem piedade. A invasão nazista a Paris fez com que muitos parisienses chegassem fugidos à cidadezinha, com os nazistas em seu encalço. E os alemães se instalaram na cidade, sendo que algumas pessoas tinham que recebê-los em casa. Isso aconteceu com Lucile e Madame Angellier, que tiveram que hospedar o fino e educado Bruno von Falk (interpretado por Matthias Schoenaerts). Falk logo mostrará um interesse por Lucile e tentará se aproximar. Mas esse possível romance enfrentaria uma série de obstáculos, indo desde a sogra até a reprovação de toda a cidade, onde Lucile era vista como uma colaboradora dos nazistas. A situação piorou quando os nazistas começaram a abusar da hospitalidade e encontraram resistência.
É uma história de amor um tanto truncada pelas intervenções da guerra, que se mostraram mais interessantes que a trama amorosa em si. Houve muito pouco espaço para beijos e cenas mais sensuais (para não dizer, de forma indelicada, amassos). Os atores que estiveram melhor foram Kristin Scott Thomas, fazendo uma odiosa sogra que tem seu coração amolecido com o tempo, em virtude das agruras da guerra, e Matthias Schoenaerts, na pela de Bruno von Falk, que conseguia ser delicado em alguns momentos e extremamente ríspido em outros, como um bom nazista exige. Michelle Williams até que foi bem, mas teve sua atuação um pouco ofuscada pelos dois atores anteriormente mencionados.
Um detalhe interessante foi a forma como a comunidade da cidadezinha se comportou durante a ocupação nazista. Bruno von Falk devia ler todas as cartas que denunciassem certas situações, e os moradores da cidade usaram esse sistema postal para acertar antigas diferenças, entregando seus desafetos de bandeja aos nazistas. É impressionante como a perversão humana atua até nas horas mais impróprias.

Dessa forma “Suíte Francesa” é mais um filme de romance em tempos de guerra, que privilegia mais a guerra do que o romance propriamente dito. Um filme um tanto inverossímil para a realidade que retratava, mas, como sempre digo aqui, o cinema não tem compromisso com a realidade, sendo a verdadeira arte do ilusório. É um filme em que a gente se horroriza com a guerra, mas não tem muito mais do que isso a nos mostrar. É uma historinha de amor morna. 

Cartaz do Filme

Um amor impossível

Uma sogra venal

A crua realidade da guerra

Rotina de ataques

Visitantes indesejados

Mal vista nas ruas

Poucos momentos de delicadeza





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