sábado, 6 de fevereiro de 2016

Resenha de Filme - Steve Jobs

Steve Jobs. Aprofundando Os Defeitos Do Gênio.
Mais um filme indicado ao Oscar em cartaz. “Steve Jobs” concorre a duas estatuetas (melhor ator, melhor atriz coadjuvante), e é mais um filme que aborda a vida do fundador da Apple. Ao contrário da versão produzida em 2013, estrelada por Ashton Kutcher, que fez um mapeamento mais completo da biografia de Jobs, indo desde o início de sua carreira, onde eram montados os computadores na garagem, “Steve Jobs” começa em 1984, quando Jobs já é uma figura conhecida e ele faz o lançamento do Macintosh. O Steve Jobs desse filme mais recente consegue ser mais odioso que o da versão de 2013, pois a película vai dar mais destaque à relação de Jobs com sua filha, que ele insistia em não reconhecer. Suas explosões de assédio moral contra tudo e contra todos nos fazem constatar como é notável que ele tenha morrido de câncer e não tenha sido morto por ninguém. O cara não aliviava em nada e era o cão chupando manga, não medindo esforços para alcançar seus objetivos megalomaníacos e tripudiando de quem quer que aparecesse à sua frente.
Para fazer tamanho anti-herói, um grande ator, Michael Fassbender, justamente o indicado para Oscar de Melhor Ator. Seu grande talento criou um Jobs bem melhor que o de Ashton Kutcher, exibindo os mais negativos sentimentos (raiva, indiferença, sarcasmo) na medida e hora certas. Deve ter sido muito difícil interpretar com nuances um personagem cuja característica principal é de nutrirmos somente um sentimento por ele – desprezo. Mas Fassbender assumiu essa difícil tarefa e conseguiu, apesar de fazê-lo tão odioso, torná-lo também humano, a ponto de até sentirmos algum arremedo de pena dele em poucos e efêmeros momentos. O relacionamento entre pai e filha foi, em sua grande maioria do tempo, tortuoso e angustiante. Somente o desfecho pareceu incoerente, falso e demasiado pirotécnico, mesmo que a história tenha se inspirado na famosa biografia de Walter Isaacson.
Além do excelente trabalho de Fassbender, um grande destaque deve ser dado a Kate Winslet, a outra indicada ao Oscar (Melhor Atriz Coadjuvante), no papel do braço direito de Jobs, a polonesa Joana Hoffman. O que a gente pode dizer dessa personagem? Canonização é pouco para ela, pois Joana era responsável pelo marketing da Apple e por manter o chefe nos trilhos, mesmo nos momentos de pior devaneio e megalomania. Winslet estava estupenda no papel, extremamente deslumbrante (foi uma coisa linda de se ver!) e era a única que podia falar o que quisesse na cara de Jobs e ainda ser escutada por ele. A relação entre Jobs e Joana foi, ao lado da relação entre Jobs e a filha, as grandes virtudes do filme.
Não podemos nos esquecer de outros dois atores que se destacaram, Seth Rogen, que interpretou o papel de Steve Wozniak, que começou com Jobs na garagem e insistia que o chefe reconhecesse os méritos da equipe Apple II, algo que Jobs negava constantemente, e Jeff Daniels, no papel de John Sculley, que trabalhava na Pepsi, e foi convidado por Jobs para ser o CEO da Apple.

Assim, “Steve Jobs” é mais um bom filme que concorre ao Oscar e que tem dois concorrentes de peso para a estatueta: Michael Fassbender e Kate Winslet. Se pelo menos um dos dois atores ganhar, será um prêmio bem merecido. E não se esqueça de ver o trailer após as fotos.

Cartaz do Filme

Uma figura no mínimo assustadora...

Não fazendo uma gentileza para o antigo amigo...

Assédios morais explícitos...

Dificuldades para reconhecer a filha

Jeff Daniels como CEO da Apple

Kate Winslet esteve magnífica!!!



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