segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Resenha de Filme - Ponte dos Espiões

Ponte Dos Espiões. Mais Um Spielberg Histórico.
Sreven Spielberg está de volta em mais um de seus filmes históricos (sempre lembrando que o espectador é advertido que a história é inspirada em fatos reais). Ah, e com mais uma vez Tom Hanks encarando o personagem protagonista. “Ponte dos Espiões” vai agora nos remeter aos anos mais turbulentos da Guerra Fria, ou seja, lá para o fim da década de 1950 e início da década de 1960, justamente na época da construção do Muro de Berlim, da Invasão da Baía dos Porcos e da Crise dos Mísseis em Cuba. Nessa época, a espionagem estava a pleno vapor em ambos os lados, e o espião Rudolf Abel (interpretado por Mark Rylance) foi descoberto e preso. Obviamente, ele precisaria de um julgamento justo e a espinhosa tarefa de defesa de um espião soviético, ou seja, uma causa praticamente perdida, caiu no colo de James Donovan (interpretado por Tom Hanks), um advogado de firmas de seguro. A ideia é dar apenas um julgamento considerado justo para o agente soviético, já que as cartas eram previamente marcadas. Mas a coisa era bem mais complicada do que parecia, pois Donovan tornou-se persona non grata em todo o país e, apesar disso, ele se empenhou em atenuar o máximo possível os efeitos impactantes da justiça americana sobre seu cliente que, por ser não americano, era considerado sem direitos nos Estados Unidos. Contudo, toda a situação sofreria uma grande reviravolta quando um militar americano seria capturado pelos soviéticos e também acusado de espionagem.
Quais são as virtudes dessa película? Bom, em primeiro lugar, Spielberg se mostrou um bom diretor de filmes históricos, a começar pelo já longínquo “Amistad”. Mesmo que suas películas não reproduzam com fidelidade os fatos históricos, até porque o cinema não tem qualquer compromisso com a realidade, ainda assim é bom ver um diretor consagrado com filmes de aventura e fantasia se lançar por temas mais sérios, o que mostra o quanto sua versatilidade é prolífica. Em segundo lugar, sempre é bom ver Tom Hanks de volta e podemos apreciar seu grande talento de atuação, ainda que com as marcas da idade severamente impressas em seu rosto. O filme realmente gira em torno do personagem principal e Hanks é o centro das atenções. É o tipo do filme que você vai ao cinema para ver o ator e a mão do diretor. Em terceiro lugar, a visão critica do anticomunismo macarthista da época, que estava profundamente enraizado na cultura americana, onde Donovan encontra uma severa resistência na sua tarefa de defender um espião soviético, sendo olhado com reprovação desde sua esposa em casa até os transeuntes do metrô, passando até pela hostilidade de um policial. Esse é um bom relato de como as coisas eram difíceis na época da “caça às bruxas”, num país que sempre se intitulou berço da democracia e da liberdade. Obviamente, os estereótipos da Guerra Fria estavam lá, mas foi bom ver Spielberg relativizar tais estereótipos mostrando também uma truculência americana e, mais do que isso, deixando claro que ambos os lados tratavam com um certo preconceito e desprezo os espiões capturados.

Dessa forma, “Ponte dos Espiões” é um filme que vale muito a pena ser visto e prestigiado pelo grande público, que encheu a sala de exibição. É só pena que os horários sejam um tanto quanto esdrúxulos (ou muito cedo ou muito tarde), dando a nós novamente a impressão da carência de salas de cinema em nossa cidade. O público cinéfilo do Rio de Janeiro merecia um pouco mais de respeito, pois é dele que as salas sobrevivem. Assim, escolha o melhor horário e veja mais esse bom filme da parceria  Spielberg/Hanks.

 
Cartaz do filme

Esse cartaz ficou melhor

Um advogado que entrou numa fria.

Defendendo seu cliente

Levando o caso à Suprema Corte

Película com muita chuva e neve...

Memorável cena de "making of"

Uma dupla que dá caldo...

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