sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Resenha de Filme - Aliyah

Aliyah. Rumo A Raízes Desconhecidas.
Um filme francês lá do longínquo ano de 2011 chega só agora às nossas telonas. “Aliyah”, dirigido por Elie Wajeman, é um filme sobre judeus que vivem em Paris. Judeus que estão estabelecidos e que se questionam se é melhor abandonar a vida que têm na França para viver uma nova realidade em Israel. Dentre eles, quem tem a maior dúvida é Alex (interpretado por Pio Marmai), que chegou aos 27 anos sem muitas perspectivas em sua vida. Ele viveu por um tempo da venda de drogas juntamente com seu amigo Mathias (interpretado por Guillaume Gouix) e tinha que seguidamente desenrolar as más situações em que seu irmão Isaac (interpretado por Cédric Kahn) se metia, tendo que pagar as dívidas que ele tinha com pessoas muito mal encaradas.  Numa festa de família, Alex reencontra um primo que disse a ele que vai abrir um restaurante em Israel. Alex gostou da ideia e viu tal oportunidade como a chance de abandonar sua vidinha sem vergonha e dar a ela um novo rumo. Mas nada seria fácil. Ele teria que arrumar quinze mil euros para investir no negócio e mergulhou de cabeça no tráfico de drogas que havia abandonado. Ainda, não era muito desenvolto no idioma hebraico, tendo que voltar a ter aulas com uma antiga namorada. E, para piorar a situação, ele conheceu uma garota que estava perdidamente apaixonada por ele.
O filme levanta uma questão curiosa. A palavra “Aliyah” significa o retorno de todos os judeus a Israel após a diáspora. A maioria dos judeus que voltava a Israel já conhecia o país razoavelmente bem e fazia isso por convicções ideológicas. No caso do nosso Alex, um judeu esquerdista de Paris, ele fazia esse retorno a um país que mal conhecia mais por opção financeira. E aí, podemos ver entre os conhecidos e parentes de Alex, que uns voltariam para Israel por convicção como seu primo e outros não voltariam de jeito nenhum, por achar um país só com judeus “muito chato”, como dizia Esther, sua antiga namorada que ensinava novamente o hebraico para ele. O próprio Alex não queria fazer parte do serviço militar para “matar palestinos”. Assim, podemos presenciar nesse microcosmos de judeus parisienses, posições variadas com relação à questão árabe-israelense, o que foi o detalhe mais interessante do filme.
É uma situação muito estranha a de Alex, já que ele vai para um país que é o símbolo de sua cultura religiosa, mas com o qual ele não possui a menor identificação. O problema é que a vida em Paris é completamente sem perspectiva para ele e, assim, Alex se arrisca numa nova realidade que ele presenciou como também cheia de problemas.

Infelizmente, o filme tem uma cadência lenta e é meio sonolento em alguns momentos, com um desfecho que soou muito como um anticlímax. Apesar disso, a película ainda é recomendável, pois faz uma reflexão em torno da diversidade de opiniões entre os próprios judeus com relação ao Estado de Israel e à questão árabe-israelense.

Cartaz do filme


Alex vai tentar vida nova em Israel

Resolvendo pepinos do irmão...

E ele terá que deixar para trás uma grande paixão...

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