segunda-feira, 6 de abril de 2015

Resenha de Filme - Para Sempre Alice

Para Sempre Alice. Moore, Moore E Moore.
O título acima já nos diz qual é o foco principal. A maravilhosa Julianne Moore conseguiu o Oscar de melhor atriz esse ano interpretando nessa película a linguista e professora universitária Alice Howland, que contrai mal de Alzheimer prematuramente, aos quarenta anos. Ela é casada com o médico John Howland (interpretado pelo sempre eficiente e presente Alec Baldwin) e ainda tem três filhos, dentre eles, a atriz de teatro Lydia (interpretada pela vampira Kristen Stewart). Apesar do bom elenco, nesse filme não tem para ninguém. Moore colocou todo mundo no bolso com sua interpretação, onde vemos gradativamente a professora definhando na sua doença degenerativa. No início são apenas alguns lapsos de memória. Mas, com os exames e o diagnóstico, vem o desespero, seguido por uma resignação e desânimo. E aí a espiral descendente, onde a profissional competente, mãe e esposa vai gradativamente desaparecendo, ao mesmo tempo que os familiares se esforçam para manter a memória da ente querida e sua dignidade.
O filme é muito doloroso, pois sabemos que muitas pessoas passam na vida real pelas situações lá expostas. Ele lembra das agruras que doenças cujas curas ainda não foram encontradas e que provocam muito sofrimento, deixando as pessoas num beco sem saída. Essa amarga lembrança que “Para Sempre Alice” nos traz só ratifica a importância dos avanços nas pesquisas científicas na medicina para a busca das curas de doenças tão terríveis. E a lista desses males é grande. Não podemos nos esquecer, por exemplo do câncer e da diabetes. Ainda, devemos gritar contra a busca insana dos laboratórios por lucros que, ao descobrir remédios que curam doenças graves, colocar lá nas alturas o preço de tais medicamentos. Assim, enquanto há pessoas bem favorecidas que desfrutam da tecnologia do século 21, há pessoas menos favorecidas que simplesmente morrem pela falta de acesso a tais medicamentos pela falta de condições financeiras. Mesmo que “Para Sempre Alice” não trate desses assuntos de forma tão direta, os simples devaneios que o filme provoca já o tornam tão importante.

Agora, nunca é demais repetir. A película chama tanto a atenção graças a atuação para lá de primorosa de Moore. Sentir a professora se esvaindo, sumindo, desaparecendo, gradativamente, até a sua cena final, onde ela é uma caricatura dela mesma, foi de despedaçar o coração, expressando o quanto a condição humana pode ser frágil. E de como nós temos apenas a nós mesmos e a quem nos cerca. Numa situação onde as memórias simplesmente desaparecem, preservá-las é fundamental, sobretudo para manter a dignidade da pessoa humana, a dignidade de quem simplesmente é deletado por tamanho mal que ainda não tem cura. Tomara que um dia haja. A impressão que essa doença dá é que não há uma destruição do corpo, mas sim da alma...


Cartaz do filme


No início, uma família feliz


Mas depois... Alice. Desesperada com sua doença


Carinho na filha


Fazendo de sua luta um exemplo.


Apoio no marido




Nenhum comentário:

Postar um comentário