segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Resenha de Filme - Operação Big Hero

Operação Big Hero. Ficção Científica Disfarçada De Atração Infantil.
Confesso aqui que não sou muito de ver animações. A primeira coisa que vem à mente é achar que uma animação é uma atração para crianças. Vamos para outra direção, ver os candidatos ao Oscar ou os filmes europeus. Mas devo confessar, também que, apesar das animações serem mesmo atrações infantis, algumas delas podem ter um bom conteúdo. É o caso da nova historinha da Disney “Operação Big Hero”, que pode ser entendida também como uma boa história de ficção científica e ação.
Vemos aqui a história de um futuro, talvez não muito distante, onde a cidade americana de San Fransokyo (isso mesmo, uma San Francisco totalmente niponizada) tem na sua realidade cotidiana uma tecnologia altamente desenvolvida, com direito a robôs e tudo. Um menininho de 13 anos, Hiro Hamada, com a inteligência muito avançada para a sua idade, descola uma grana em competições de luta entre robôs. Mas seu irmão Tadashi quer tirá-lo dessa vida um tanto perigosa (os competidores e apostadores em lutas de robôs costumam ser maus perdedores) e pretende leva-lo logo para a Universidade em que estuda, junto de seus amigos que também tem outros projetos científicos. Lá, Hiro conhece o professor Callaghan, um verdadeiro gênio da área robótica, e fica interessado em entrar para a Universidade. Hiro irá participar de um concurso para ganhar uma bolsa na Universidade, com seus micro-robôs controlados pela mente e que podem construir qualquer coisa com a força de seu pensamento. Mas seu projeto será roubado depois de um incêndio. Caberá a Hiro e seus amigos ir atrás de quem roubou seu projeto, com a ajuda de Baymax, um robô inflável programado por seu irmão para atendimentos médicos de primeiros-socorros.

Soando dessa forma, a história parece bobinha. Mas isso é para evitar os spoilers. Dois pontos atraentes já chamam a atenção nessa pequena explanação. Em primeiro lugar, uma niponização de São Francisco, que poderia parecer estereotipada e preconceituosa, não fosse pelo fato de o protagonista da história ser de origem japonesa. Ou seja, vemos um filme americano da Disney onde o grande herói não é um WASP. Sei que não é o primeiro caso, mas a gente sempre deve mencionar quando isso acontece na cultura americana, principalmente num contexto de uma São Francisco niponizada, aparentemente considerado distópico para os americanos. Em segundo lugar, o uso da robótica e da tecnologia num desenho animado infantil. Os diálogos entre Hiro e o irmão sobre a constituição e a construção de Baymax são interessantíssimos e usam expressões que há alguns anos pareceriam inacessíveis ao público infantil. Por outro lado, há também a questão da nanotecnologia expressa no filme. Vemos os micro-robôs de Hiro construindo tudo o que fosse possível apenas com a força do pensamento. Bom, a nanotecnologia já é um tipo de pesquisa que está se desenvolvendo e com um futuro que poderá ser muito promissor, sobretudo para a medicina, onde pequenos robôs poderiam fazer microcirurgias como desentupir artérias. Dessa forma, o filão do filme, que é a tecnologia e a robótica, aproxima o desenho de uma obra de ficção científica. Claro que haverá toda a coisa de presenciarmos uma aventura infanto-juvenil com coisas engraçadinhas, momentos afetuosos e grandes lances de ação, mas usar o discurso tecnológico e o sabor sci fi da coisa realmente tornam essa animação especial a meu ver. Uma diversão garantida e não tão bobinha, com elementos de uma realidade presente e, talvez, futura.


Cartaz do filme


Hiro e seus amigos nerds


Uma amizade sincera com Baymax


Heróis um tanto desajeitados...


Relação afetuosa com o irmão...


Um misterioso vilão...

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