sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Resenha de Filme - O Jogo da Imitação

O Jogo Da Imitação. Nascia Um Dos Primeiros Computadores.
Mais um candidato ao Oscar nas nossas telonas. E um baita candidato. Estreou “O Jogo da Imitação”, filme que se passa na Segunda Guerra Mundial estrelado pelos bons Benedict Cumberbatch (o nosso estimado Khan) e Keira Knightley. Essa película concorre a sete estatuetas (filme, diretor para Morten Tyldum, ator para Cumberbatch, atriz coadjuvante para Knightley, edição, direção de arte, trilha sonora original).
Vemos aqui a história do renomado matemático Alan Turing (interpretado por Cumberbatch), que entra no serviço de inteligência inglês para decifrar códigos secretos dos nazistas gerados por uma máquina conhecida como Enigma. Os ingleses tinham um modelo dessa máquina roubada dos alemães. Ela tinha a capacidade de gerar 159 trilhões de códigos por dia, sendo uma tarefa impossível de decifrar (os cálculos durariam vinte milhões de anos). Turing, em sua frieza e arrogância, trabalhava em separado dos seus outros colegas, especialistas em decifrar mensagens criptografadas, e começou a desenvolver uma máquina que iria gerar essas combinações de forma mais rápida que o homem (ou seja, uma espécie de computador pessoal primitivo). Devido ao seu pouco trato em lidar com as pessoas, ele era odiado por todos e tinha o seu projeto bloqueado. Mas uma conversinha com Churchill deu a ele a autonomia necessária para assumir o controle, demitindo alguns de seus colegas e contratando outros usando um jogo de palavras cruzadas como teste de aptidão. Um dos novos trabalhadores selecionados será Joan Clarke (interpretada por Knightley), que era vista com preconceito por ser mulher (elas não faziam atividades intelectualizadas para a grande maioria da cultura machista de então), mas foi aceita por Turing e ajudou o matemático a interagir de forma mais afável com seus colegas. Com o grupo formado, buscou-se, então, construir a tal máquina.
Essa é mais uma trama inspirada numa história real. O filme também vai abordar o homossexualismo de Turing, assim como as perseguições e punições na justiça que ele sofreu por isso. Episódios envolvendo espionagem com os russos também aconteceram, sendo outra pressão que esse grupo sofreu, já que eles participavam de uma missão confidencial.
Mais uma vez tivemos uma narrativa com um vai e vem no tempo, onde a época em que Turing estava desenvolvendo a máquina era alternada com sua infância (com o objetivo de explicar seu comportamento muito áspero com as pessoas) e com uma época pós 2ª Guerra, onde ele é ainda investigado por espionagem, quando seu homossexualismo é tornado público. Essas quebras na linearidade temporal da história devem ser feitas de forma muito responsável, pois podem confundir o espectador, ainda mais quando não são citados os saltos no tempo, como aconteceu nesse filme. Esses saltos mereceram uma atenção especial do espectador. Do jeito que foi feito, uma narrativa mais linear seria melhor com, no máximo, uns poucos flash-backs com relação à infância de Turing.
Com relação aos atores, nem é preciso dizer da competência de Cumberbatch e Knightley. Vale ressaltar aqui a ótima interpretação de Charles Dance como o comandante Denninston, desafeto declarado de Turing. Esse ator, que contracenou com Sigourney Weaver em “Alien” na década de 1990 e foi a criatura maligna do “Drácula” lançado recentemente, sempre nos brinda com boas atuações e as sequências com Cumberbatch ficaram muito boas.

Definitivamente, “O Jogo da Imitação” é um candidato digno ao Oscar, pois conta mais uma boa história real, onde é exibida a ação das forças de inteligência durante uma guerra, além de mostrar como o surgimento da tecnologia dos computadores se deu nessa época. A denúncia do sexismo e da homofobia latentes naqueles anos passados é outra grande virtude do filme. Vai ser decepcionante se ele não for bem premiado. Somente a montagem, com as idas e vindas no tempo, ficou a desejar.

Cartaz do filme


Alan Turing. Arrogância e pouco tato no trato com as pessoas


Joan Clarke irá facilitar o convívio de Turing com sua equipe.


Nada como uma companhia feminina, mesmo para um homossexual...


Equipe de Turing em ação...


Comandante Denninston. Choques severos com Turing.



Coletiva de imprensa


O verdadeiro Alan Turing. Boa caracterização. 

Um comentário:

  1. A história é espetacular, muito bom. O interessante é que The imitation game, em princípio, parece-II Guerra Mundial. Tem soldados, tanques, ecos de bombas, a sombra de Hitler. Avanços, percebemos que abrange mais do que um evento histórico. abrangido pela presente de nossas vidas. Alan Turing foi um herói injustamente esquecido. Turing não existiria sem Bill Gates ou Steve Jobs não teria existido. Mesmo algumas lendas atribuído à Apple Turing Wolf.

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