sábado, 13 de dezembro de 2014

Resenha de Filme - Tango Libre

Tango Libre. Pentágono Amoroso.
Curiosíssima produção belga nas telas. “Tango Libre”, lá de 2012, fala de um pentágono amoroso. Isso mesmo. O drama romântico é um verdadeiro samba do belga doido. Ou, melhor dizendo, tango do belga doido. Vamos desvendar os detalhes desse estranho filme.
Vemos aqui a história de J. C. (interpretado por François Damiens), um agente carcerário de um presidio. Nosso J. C. frequenta um curso de tango e tem como sua parceira a bela Alice (interpretada por Anne Paulicevich). A moça tem um filho adolescente chamado Antônio (interpretado por Zacharie Chasseriaud) e tem um relacionamento não só com um, mas com dois presidiários do presídio onde J. C. trabalha: Fernand (interpretado por Sergi López) e Dominic (interpretado por Jan Hammenecker). Fernand e Dominic são amigos e meio que dividiram Alice no passado, ficando essa história mal contada até os dias atuais. Fernand ficará uma fera com o fato de Alice e J. C. serem parceiros de dança, o que fez com que o prisioneiro acertasse o carcereiro. Fernand grita com Alice que retruca dizendo que ele nunca gostou de tango. Assim, Fernand tentará estabelecer contato com os argentinos do presídio para tomar aulas de dança e impressionar a mulher.

Apesar do título e da menção ao tango na história, a dança é somente um pretexto para apresentar a característica principal do filme, que é o intrincadíssimo conflito de Fernand, Dominic, J. C. e Antônio em torno de Alice. O filme, que tinha a leveza da dança argentina, é tomado de repente por um drama pesadíssimo, onde todos os personagens principais comem o pão que o diabo amassou. Todos sentem ciúmes de Alice e a moça joga com os sentimentos de todos, o que deixa as coisas bem tensas. A história parecia caminhar para um desfecho trágico, mas este tomou contornos bem inusitados, levando a até um estado de perplexidade. De qualquer forma, o filme já tem uma trama que é inusitada e perplexa desde o início. Mas o final foi o supra-sumo do inusitado, do improvável, que coroa uma história talvez improvável como um todo (ou não) e o somatório de todas essas situações improváveis e esdrúxulas é que dão charme a essa película. Se bem que o tango bem dançado dos presidiários argentinos tenha sido a coisa mais charmosa e atraente do filme. Com um misto de ímpeto e delicadeza, os argentinos conseguiram calar os comentários homofóbicos dos presos contra a dança. E foi uma atração a parte, que já valeria o ingresso. Isso, acrescido da série de situações inusitadas da trama principal, fazem de “Tango Libre” uma boa atração, digna de ser vista. Vale a pena dar uma conferida...

Cartaz do filme


J. C. e Alice nas aulas de tango.

Alice e Antônio.


Antônio, um filho atormentado pelos rumos de sua estranha família


Fernand, o marido de Alice...


Dominic, o outro caso de Alice


Fernand e Dominic se rendem ao tango...


Os presidiários argentinos ensinarão o verdadeiro tango...


Aulas de dança na cadeia...

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