terça-feira, 1 de abril de 2014

Resenha de Filme - Vidas Ao Vento

Vidas Ao Vento. Aviões, Guerras e Amores Perdidos.
Uma animação japonesa de grande e harmoniosa beleza. Isso é o que podemos falar de “Vidas Ao Vento”, que concorreu ao Oscar de melhor animação este ano. O filme é de uma delicadeza muito grande, misturando temas como a aviação e a guerra, permeados por uma singela e inocente história de amor.
Vemos aqui a história de Jiro, um garoto que, desde cedo, sonha com aviões e a possibilidade de construí-los. Ele sonha com voos, ataques aéreos e maravilhas da engenhosidade humana mais pesadas que o ar, sempre com a participação daquele que podemos chamar de seu mentor intelectual, o desenhista de aviões italiano Caproni. A vida de Jiro atravessará em cheio o período entreguerras e a crise de 1929. Quando já é um estudante universitário, conhece Nahoko durante uma conturbada viagem de trem, com direito a um grande terremoto. Jiro passará anos sem ver a menina pela qual se apaixonou desde o primeiro momento. Enquanto ele não revê sua amada, desenvolve seus estudos e sua vida profissional, tornando-se um conceituado desenhista de aeronaves, que tem seu trabalho limitado pelo pouco desenvolvimento científico do Japão, algo que fica claro quando ele viaja para a Alemanha Nazista (isso mesmo, o Eixo já está formado!) para conhecer a tecnologia do país aliado, encontrando forte resistência do povo europeu. Mas Jiro e toda a sua engenhosidade aflorarão e desenvolverão a tecnologia de aviação aérea do Japão que, infelizmente, foi usada para a guerra. O próprio Jiro reprovava tal ideia, cuja opinião também era compartilhada por Caproni em seus sonhos, onde o italiano dizia que o futuro da aviação era o transporte de passageiros. Anos depois, com Jiro já homem feito e com uma carreira de sucesso, acontecerá o encontro entre o projetista e Nahoko. O flerte e o affair entre os dois são responsáveis pelas mais belas cenas do filme, com um destaque especial para as paisagens pintadas por Nahoko em dias de vento ou chuva, e a delicada cena do aviãozinho de papel. Mas nem tudo seria um mar de rosas nesse romance, pois Nahoko lutava contra uma tuberculose que acabou a vencendo. Não sem antes o casal oficializar seu matrimônio e ter uma breve vida a dois, que praticamente significou o sacrifício de Nahoko. O filme termina com mais um sonho de Jiro, onde Caproni elogia os caças de Jiro que formavam a frota de kamikazes japoneses. E a aparição de Nahoko pedindo que Jiro aproveite a sua vida sem ela, não sem antes tomar um café com Caproni. Definitivamente, uma animação muito tocante e bela que vale a pena dar uma conferida.


Um dos cartazes mais lindos deste ano


Jiro e Caproni. Amigos de sonho...


Jiro e sua grande invenção.


Nahoko, a grande paixão de Jiro.


Nahoko em seu casamento com Jiro.


Jiro e seu avião de papel. Singeleza e delicadeza.

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