domingo, 16 de março de 2014

Resenha de Filme - Caçadores de Obras-Primas

Caçadores de Obras Primas. Parece, mas não é.
Uma boa ideia. Um elenco estelar. Tudo para dar certo. Mas, na hora H... bom, “Caçadores de Obras Primas” poderia dar mais o que falar, mas foi menos do que se esperava. Uma pena. Parecia um filmaço de ação. Mas foi bem monótono. Será que dá para destrinchar o motivo da decepção? Vamos ver aqui...
O filme conta a história de um grupo de militares aliados com experiência em obras de arte que irão tentar recuperar as obras de arte tomadas pelos nazistas já no fim da Segunda Guerra Mundial. Liderados por Frank Stokes (interpretado por George Clooney, que também assina a direção), eles se enfiam Europa adentro na busca pelos patrimônios da humanidade. A missão é vista com descrédito e ceticismo por praticamente todos, que insistem na importância de salvar vidas humanas ao invés de salvar quadros ou esculturas. Mas Stokes insiste que salvar tais obras é salvar nossa própria cultura, que é o que nos define, que é o que marca nossa história e essência. Aí, parece que teremos um grande filme de ação, onde os eleitos (com direito a Matt Damon, John Goodman, Bill Murray, Jean Dujardin e Cate Blanchett) irão organizar grandes ações conjuntas para lutar contra os nazistas e salvarão a cultura da humanidade com lances espetaculares e pirotécnicos. Tudo o que se espera de um bom filme de ação e de guerra. Mas... bom, os personagens se dividiram em núcleos, eles andavam para lá e para cá, o que tornou o filme arrastado, tendo somente um pouco mais de ação em sua parte final quando, após seguir muitas pistas, eles finalmente descobrem os esconderijos nazistas onde estão muitas obras de arte. Apesar da atitude heroica, nem todas as obras foram recuperadas e algumas até destruídas, algo que doía de ver. A impressão que dá é a de que o filme não lançou mão da licença poética que Hollywood usa para apimentar histórias baseadas em fatos reais, e o filme pareceu ficar mais fiel ao que realmente aconteceu, sem grandes lances mirabolantes. Para nós, que estamos acostumados e apreciamos a mentirada toda que o cinema joga em cima da gente (o cinema é ilusão até em sua essência, não podemos nos esquecer), um filme mais preso aos fatos reais parece chato. Mas, bom, às vezes reclamamos quando o filme “mente” demais também (principalmente os historiadores!!!), então talvez seja melhor não achar que o filme foi moroso, mas sim mais fiel aos fatos, sendo isso uma exceção e, talvez, uma virtude (depende do gosto do cliente). Prova dessa suposta fidelidade é a presença de fotos reais das obras recuperadas nos créditos finais. Um detalhe que torna o filme mais delicioso é o seu estilo meio retrô, no sentido de que os antigos filmes de guerra tinham uma música mais em tons de bandas marciais (o longínquo “Fugindo do Inferno” é um exemplo), assim como os créditos finais aparecendo junto com os rostos dos atores. Isso deu um gostinho de filme mais antigo que a gente gosta.

Portanto, “Caçadores de Obras Primas” é um filme que, se parece ter defeitos num primeiro momento, pode ser relativamente virtuoso numa análise mais profunda. Depende muito do ponto de vista em que você aborda o filme.


Cartaz do Filme. Grande elenco!!!


George Clooney na direção.


Cate Blanchett em momento deslumbrante.


A equipe em ação.


Imagem real da operação militar que salvou várias obras de arte. 

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