terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Resenha de Filme - 47 Ronins

47 Ronins. É Tudo Japonês, Menos o Keanu Reeves.
Mais ação no pedaço. O filme “47 Ronins” promete muitas lutas de espada com efeitos especiais no Japão da época dos samurais. Vamos ver aqui uma tentativa americana de explanar a cultura japonesa e seus rígidos códigos de honra, embora sempre sintamos uma diferença de interpretação quando vemos um filme genuinamente japonês abordando os mesmos temas.

A história tem como personagem principal o “mestiço” Kai (interpretado por Keanu Reeves), que foi encontrado na floresta por membros da família liderada por Lord Asano (interpretado por Min Tanaka). Kai será acolhido pela família embora seja considerado uma pessoa de última categoria pelos samurais de Lord Asano. Devemos nos lembrar que nestas famílias feudais japonesas, os samurais eram os guerreiros do chefe da família e a lealdade e honra eram tudo para esses soldados. Se o chefe da família era derrotado, os samurais perdiam sua honra e se tornavam ronins, caindo praticamente em desgraça. Tudo isso era vigiado pelo Xogum, chefe militar que recebia poderes praticamente ilimitados do Imperador. Era o Xogum que decidia o que ia acontecer ou não nas disputas entre essas famílias feudais. No caso de nossa história, Lord Asano tinha como inimigo Lord Kira (interpretado por Tadanobu Asano), que queria tomar as suas terras. Kira contava com a ajuda de uma diabólica feiticeira (interpretada por Rinko Kikuchi) para destruir o clã dos Asano. Numa visita do Xogum às terras de Asano, a feiticeira lançou uma magia sobre o samurai que lutaria com o samurai de Kira numa exibição. Kai vestiu a roupa de samurai e foi descoberto durante a luta, sendo severamente castigado. Mas a feiticeira lançou um novo feitiço, agora contra Lord Asano, que tentou matar Lord Kira. Assim, o Xogum lhe impôs a autopunição a morte, para não perder sua honra. E as terras de Asano passaram para Kira, assim como Mika, a filha de Asano. Mika, que era apaixonada por Kai. Os samurais de Asano foram espalhados para outras terras e Kai foi vendido como escravo. O Xogum proibiu a vingança por parte dos samurais de Asano. Mas um homem de confiança de Asano, Oishi (interpretado por Hiroyuki Sanada) reorganizará o exército de agora ronins, e contará com a ajuda de Kai na busca pela vingança. O filme é baseado numa história real, mas foi muito fantasiado, com direito a vários monstrinhos virtuais, bem ao estilo de “300”. Outro detalhe: essa história de um grupo de pessoas formarem um pequeno exército para buscar uma vingança ou luta contra uma injustiça já não é novidade no cinema. Outros filmes usaram esse enredo, como “Os Sete Samurais”, de Akira Kurosawa, o faroeste “Sete Homens e um Destino”, inspirado, inclusive, em “Os Sete Samurais” e um filme japonês mais recente, “13 Assassinos”. Um especial destaque deve ser dado à bruxa do filme aqui. Ela tinha um olho castanho e azul, e estava muito bem como vilã, principalmente quando nossa feiticeira cruel tripudia da mocinha indefesa Mika. Outro destaque interessante é a fotografia e figurinos do filme, fantásticos. Ainda, como o enredo é baseado numa história real, o “happy end” é abolido, algo que, se tratando de um filme americano, deve sempre ser mencionado e celebrado! Assim, “47 Ronins” poderia ser mais um filme de ação trivial, mas como seu conteúdo tem um recheio de cultura japonesa, acho que o público deveria olhá-lo com um pouco mais de carinho, pois ele é instrutivo em algum nível, mesmo que seja apenas em um nível superficial. E tome cerejeiras!!!

Cartaz do Filme


Filme tem grande fotografia e figurino.


Keanu Reeves como Kai.


Uma bruxinha que não era boa e que gostava de ficar de cabeça para baixo.


Filme cheio de monstrinhos virtuais.


 Oishi: líder na busca pela vingança de Asano...


Kai e Mika: Par Romântico

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