sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Mais Resenhas de Filmes (08/02)


O filme israelense "Nota de Rodapé"

"Nota de Rodapé", indicado para oscar de melhor filme estrangeiro, conta a história de um pai e de um filho que se especializaram em estudar o Talmude Judaico. Enquanto que o pai faz uma pesquisa meticulosa de trinta anos sobre o texto sagrado, no campo da filologia (estudo das línguas), o filho, também estudioso do talmude faz, segundo o próprio pai, uma pesquisa mais "folclórica". Mas o filho é aceito pela comunidade científica, ao passo que o pai é colocado no ostracismo. Tal situação coloca pai e filho em posições antagônicas. A situação piora quando um prêmio anual para o meio acadêmico israelense é dado por engano ao pai, quando era o filho que deveria recebê-lo. Para o pai, o prêmio tinha o significado do tão almejado reconhecimento de seu trabalho pela comunidade científica. O filho, então, inicia uma luta para que o prêmio permaneça com o pai. O filme trabalha uma série de dilemas éticos tanto no meio acadêmico quanto no meio familiar. É pena que a ideia não foi mais trabalhada. O distanciamento entre pai e filho impede que o enredo e a história flua um pouco mais. Temas como um suposto caso extraconjugal do pai e o fato do porquê do pai ser odiado por um dos membros da academia ficam em suspenso e não são desenvolvidos, o que é lamentável e poderiam ter dado um sabor especial ao filme. Talvez a principal mensagem aqui reside justamente na falta de diálogo entre pais e filhos e em dilemas étcos acadêmicos. Uma pena que esse roteiro não se desenolveu mais. Nota especial para a música do filme, bem trabalhada e muito invasiva.

Cotação: Bom

O Filme francês "De Coração Aberto"

"De Coração Aberto" tem um grande trunfo: Juliette Binoche. Já é meio caminho andado. A bela atriz francesa já acusa um pouco o peso da idade, mas não perdeu seu maravilhoso encanto. Tal qualidade supera o mal que o tempo faz em todos nós. Mas, voltando a vaca fria, o filme fala de um casal de médicos, mais especificamente, de cardiologistas, que possui um relacionamento estável, mas também uma rotina de muito trabalho, onde cirurgias com corações expostos (argh!) fazem parte do cotidiano. O problema é que o maridão é um pau d'água de primeira e fica mal visto perante o hospital, até que ele é desligado de suas funções, afogando-se ainda mais na bebida. Para piorar a  situação, a personagem de Binoche ainda engravida. Ela queria abortar, mas o marido não permitiu. Dá para perceber que a relação logo se desestabilizará e a vida dos dois se tornará um inferno, levando a trágicas situações. Mais um filme que vai no âmago das relações humanas e mostra como podemos magoar e nos magoar em situações de crise extrema. Apesar do tom angustiante do filme, o desfecho é reconfortante, metaforicamente bem trabalhado, que dá ao espectador o direito de trabalhar mais de uma possibilidade para o destino do casal. Agônico, mas bonitinho.

Cotação: Legal.

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