sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Você Conhece Alberto da Veiga Guignard?

Esta semana vamos falar de um grande artista brasileiro: Alberto da Veiga Guignard. Seguem alguns de seus quadros e a biografia de sempre da Wikipédia e um texto extraído do site amantesdavida.com.br



Alberto da Veiga Guignard
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alberto da Veiga Guignard (Nova Friburgo, 25 de fevereiro de 1896Belo Horizonte, 25 de junho de 1962) foi um pintor brasileiro que ficou famoso por retratar paisagens mineiras.
Guignard nasceu com uma abertura total entre a boca, o nariz e o palato (lábio leporino), causando horror e compaixão aos seus pais. Ficou órfão de pai ainda menino e a mãe casou-se em seguida com um barão alemão arruinado, bem mais jovem que ela, com quem se mudaram para a Alemanha.
Sua formação foi alicerçada em bases européias pois lá viveu dos onze aos 33 anos. Frequentou as Academias de Belas Artes de Munique, onde estudou com Herman Groeber e Adolf Engeler, e de Florença.
De volta ao Brasil, nos anos 20, tornou-se um nome representativo dessa década e da seguinte, juntamente com Cândido Portinari, Ismael Nery e Cícero Dias.
Ainda jovem, orientou um grupo do qual participavam Iberê Camargo, Vera Mindlin e Alcides da Rocha Miranda. Nessa época (1944), a convite de Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, instalou um curso de desenho e pintura no recém-criado Instituto de Belas Artes. A partir daí, apaixonou-se pela cidade e mudou-se para lá.
Até a sua morte, Guignard expôs inúmeras vezes no Brasil. Em 1953, foi-lhe dedicada uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, em 1992, no Museu Lasar Segall.

O Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, sob a curadoria do marchand Jean Boghici, amigo pessoal de Guignard, realizou uma restrospectiva, com ares de megaexposição internacional, em abril de 2000.
Foi um artista completo, atuando todos os gêneros da pintura - de naturezas mortas, paisagens, retratos até pinturas com temática religiosa e política, além de temas alegóricos.
Guignard amava, mesmo, as montanhas de Minas Gerais, seu céu e suas cores, as manchas nos muros e o seu povo. Colaborou para a formação de artistas que romperam com a linguagem acadêmica e ajudou a consolidar o modernismo nas artes plásticas em Minas. O período vivido em Minas está representado também no Museu Casa Guignard.[1]
Seu corpo repousa na Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, onde viveu até 1962.
Extraído de www.amantesdavida.com.br/segredos-nas-telas
SEGREDOS POR TRÁS DAS TELAS DE GUIGNARD
Novos exames de laboratório revelam técnicas artesanais e as pinceladas certeiras com as quais Guignard pintou suas oníricas paisagens de Minas Gerais.
Um dos expoentes da pintura modernista brasileira, Alberto da Veiga Guignard nunca teve um ateliê. Vivia na penúria, revezando-se entre pensões baratas e a casa de amigos e até trocando pintura por comida. Certa vez, pediu um preço tão baixo por quadro que o comprador não conteve o ar de espanto. Guignard então dobrou o lance e remendou: “Tinha me esquecido de incluir a moldura na conta”.
Em meio às dificuldades financeiras, ele produziu uma obra de notável apuro técnico, que sobressai pela delicadeza dos traços e pela pureza de tons com os quais construía suas paisagens mineiras sempre envoltas em uma atmosfera de sonhos.
Guignard, é o tema de um trabalho inédito no Brasil, que, por meio de análises químicas e físicas, começa a dissecar uma a uma suas telas e as finíssimas camadas escondidas por trás delas. Com um raio X e luz infravermelha, por exemplo, ficou claro que Guignard pouco remendava ou retocava suas pinturas, produzindo longas linhas de uma vez só, sem interrupções nem sinal de indecisão. Movia-se por tamanha segurança que, em seus desenhos, os traços chegavam a formar vincos no papel, como mostraram as microfotografias da superfície.

Nem mesmo o alcoolismo – de cujas complicações morreria em 1962, aos 66 anos – era um obstáculo para suas pinceladas certeiras. A investigação científica em obras de arte é comum na Europa e Estados Unidos, tendo ajudado a desvendar segredos por trás de quadros de mestres.
Para fazer a análise de 62 pinturas e desenhos de Guignard, cientistas do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, ligado à Universidade Federal de Minas Gerais, fizeram uso de técnicas e equipamentos variados: além do raio X, luzes infravermelha e ultravioleta e testes químicos em amostras removidas da pintura original. “O estudo reforça que Guignard era um virtuose dos pincéis e um grande conhecedor das técnicas, como poucos de seus contemporâneos”, dia a restauradora Ana Maria Ruegger, coordenadora da pesquisa ao lado da química Claudina Moresi.

Os fragmentos extraídos de suas telas, examinados em microscópio, mostram que Guignard preferia não pintar sobre tela branca, mas cobri-la antes com uma tinta acinzentada – técnica conhecida como imprimatura, usada no Renascentismo para garantir maior unidade e, ao mesmo tempo, contraste entre as cores. O pintor juntava resina às tintas, hábito disseminado na Holanda do século XVII, e usava a mistura para produzir camadas finíssimas de cores diferentes, uma sobre a outra.
Guignard, também costumava chegar a seus próprios tons a partir de cores primárias – seu apuro técnico nesse processo possibilitava as límpidas nuances que lhe são característica. O pintor passou as duas décadas finais de sua vida em Minas Gerais, suas obras foram valorizadas pelo mercado de arte depois de todos os outros modernos, seus quadros não revelam, em absoluto, o lado mais sombrio (vividos por episódios trágicos ao longo de sua vida) do homem que se realizou por meio dos pincéis.

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