terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Expressionista



Minha função é expressar emoções,
da forma mais intensa e aguda possível.
Sofro muito!
Quero gritar!
Sinto dores!
Grito!
Choro!
A agonia me corrói!

Minha angústia existencial
distorce o mundo à minha volta.
Não enxergo a realidade objetivamente.
Tenho alucinações.
De repente, me lembro de meus amigos,
mortos no campo de batalha.
Mortos por uma máquina de Estado,
minha arte luta contra os poderosos!

O Expressionismo oscila, portanto,
entre o pessoal e o social,
entre o subjetivo e o objetivo,
entre o claro e o escuro,
antíteses postas,
herdadas do Barroco e do Romantismo,
colocadas de forma extremamente anti-natural,
para expressar fortes sentimentos interiores.

Meus quadros são feitos com tintas fortes.
Minhas poesias com exclamações agudas.
Minhas peças teatrais com fortes maquiagens.
Meus filmes com fortes contrastes.
Caligari foi minha inspiração.
Nosferatu foi meu pai.
Fausto foi meu filho.
Metrópolis é minha alma!

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