Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!
Brigitte Helm, A Deusa Eterna De Yoshiwara!!!

sábado, 30 de maio de 2015

Resenha de Filme - Pássaro Branco Na Nevasca

Pássaro Branco Na Nevasca. Drama, Mistério E Leve Suspense.
Um interessante filme americano passa quase que despercebido em nossas telas. “Pássaro Branco Na Nevasca”, produzido em 2014 e escrito e dirigido por Gregg Araki, baseado no livro de Laura Kasischke, contém um bom elenco: a “divergente” Shailene Woodley, Eva Green (que trabalhou em “300, a Ascensão do Império”) e Christopher Meloni (que trabalhou no seriado “Lei e Ordem, Unidade de Vítimas Especiais”). Se pudéssemos definir um gênero para o filme, este seria sem dúvida um drama. Mas a película vai além, incluindo mistério e leve suspense.
Vemos aqui a história da pós-adolescente Kat (interpretada por Woodley), que vive numa família em crise. Sua mãe, Eve (interpretada por Green) era uma mulher deslumbrante que não aguentava mais a vida de casada. Seu pai, Brock (interpretado por Meloni) era um sujeito muito tranquilo que aguentava passivamente todas as humilhações impostas a ele por Eve. Nesse meio tempo, Kat tentava viver a sua vida, impedindo que a crise familiar interferisse no seu dia-a-dia. Mas essa situação ficaria impossível, pois um dia sua mãe simplesmente desapareceu, deixando Brock arrasado. Kat não sentiu muito o sumiço da mãe, já que a postura totalmente indiferente como um escapismo para lidar com a crise na família parecia que a havia blindado. Mesmo assim, ela iniciou uma terapia e ainda tinha a sua vidinha com o namorado, que era seu vizinho. Entretanto, o namorado começou a se distanciar e Kat não percebia que algo maior acontecia em todo esse dilema que envolvia o desaparecimento da mãe.
Apesar da história se centrar muito em Kat e nas xurumelas da adolescência, o filme flui e prende nossa atenção. Woodley esteve bem, embora a presença de Eva Green como a esposa que humilhava o marido estivesse estupenda. A beleza em seu rosto combinada com expressões raivosas e de desprezo muito chamaram a atenção e foi um atrativo à parte, pois, já que a personagem desaparece, sua presença ocorre em partes pontuais do filme onde ficava todo um destaque especial. Já a presença bonitinha de Woodley por toda a película acabou por não ser tão impactante. Meloni também esteve bem, como o homem desprezado e humilhado, onde seu personagem transpirava uma insegurança e melancolia tremendas, passando grande sensação de fraqueza, num contraste com seu porte físico avantajado. Já Green era o oposto. Sua forte raiva e desprezo pelo marido contrastavam com sua bela face e figura corpórea altamente esguia. Woodley, por sua vez, era muito bonitinha, havendo até algumas cenas de nudez da moça, mas sua indiferença e falta de emoção pareciam levá-la a uma interpretação vazia. Em poucos momentos de explosões emocionais, ela foi mais exigida.
O grande detalhe do filme é a curiosidade em saber o que aconteceu com Eve para ela ter desaparecido. Vamos digerindo o drama adolescente ao longo da trama para satisfazermos a curiosidade desse mistério mais ao final, onde o suspense aflora levemente. Talvez a carga de suspense pudesse ser um pouco maior e mais bem aproveitada.

Assim, “Pássaro Branco na Nevasca” é um bom filme, mais em virtude do mistério envolvido do que do drama exibido. O bom elenco também é um atrativo. Mas a coisa não é nada de espetacular. Um entretenimento leve, que a gente vê e depois esquece. Talvez não esqueça, pois é a oportunidade de ver Shailene Woodley interpretando algo um pouco mais dramático do que um “blockbuster” como “Divergente”. Se a carreira da mocinha decolar, “Pássaro Branco na Nevasca” ficará lembrado como uma curiosidade.

Cartaz do filme.


Kat, atormentada por estranhos sonhos...

Eve.

Relação conflituosa com a mãe

Desaparecimento da mãe leva a um novo relacionamento com o pai.

Namorado fica cada vez mais distante após a mãe sumir.

Amigos "outsiders"

Fazendo terapia.

Crescendo...



quarta-feira, 27 de maio de 2015

Resenha de Filme - A Vida Privada dos Hipopótamos.

A Vida Privada Dos Hipopótamos. Uma História Surreal.
Um curioso documentário brasileiro. “A Vida Privada dos Hipopótamos” tem um enredo que poderia dar uma interessante história de ficção, mas temos aqui uma história real. O filme fala de um americano, Christopher Kirk, um técnico de informática americano que estava entediado com sua vidinha confortável lá nos Estados Unidos e decide se aventurar pelo mundo. Ele ficou conhecendo a história de Pablo Escobar, o chefão do Cartel de Medelín, uma organização que traficava cocaína. Depois da morte de Escobar pela polícia, sua fazenda ficou abandonada. Mas o traficante mantinha um pequeno zoológico particular. Com o abandono da fazenda, alguns animais morreram e outros foram transferidos para zoológicos. Entretanto, nada foi feito com os hipopótamos da fazenda, que são animais muito selvagens e grandes, não podendo ser transferidos para outros lugares. Como o clima da Colômbia e o habitat eram praticamente os mesmos dos hipopótamos na África, eles tiveram todas as condições de se multiplicarem, tornando-se um transtorno para os fazendeiros locais. Kirk achou essa história “fascinante” (sem trocadinhos, por favor) e foi em direção à Colômbia, num contato maior com o “exotismo” da América do Sul. E ele realmente teve a oportunidade de entrar em contato com tal exotismo. Ao chegar ao país sul-americano, ele conheceu uma moça de descendência japonesa e colombiana, que muito o atraiu. A tal moça ainda era, segundo Kirk, muito tímida e reservada, o que despertou ainda mais o interesse do “sucker”, ops, quer dizer, do americano. A partir daí, ele caiu como um patinho nos joguetes da moça que ele não sabia muito bem quem era e o que fazia, até terminar na prisão em São Paulo, por tráfico internacional de drogas. O filme, então, recolherá depoimentos de Kirk na prisão, onde o bom moço vai contando a história de seu relacionamento com a tal moça, chamada de V. no filme, e são exibidas fotos e filmes contidos no HD particular de Kirk, que tem apenas uma imagem do rosto de V., mesmo assim com uma péssima visibilidade.
Para não cairmos muito nos “spoilers”, só vou contar aqui o que parece que já ficou bem claro. O tal Christopher Kirk assinou um tremendo atestado de trouxa ao se meter com o exotismo sul-americano. E com a tal da V. que, ao que tudo indica, fez gato e sapato do moço, aproveitando de sua boa vontade. De qualquer forma, os depoimentos de Kirk na prisão mostram que ele era um tremendo boa-praça, rindo da sua própria situação de tão inusitada que ela era e não se deixando abater ou ficando amargurado. Se o carinha vai sair ou não da prisão, deixo para vocês descobrirem, seja no cinema ou quando vocês pegarem o DVD na locadora. De qualquer forma, o filme é um bom curso de o que você NÃO deve fazer quando encontrar uma garota colombiana de descendência japonesa nas ruas de Bogotá, principalmente se ela se revelar uma picareta com o tempo. O problema é que a moça tinha uma lábia desgraçada e acabou colocando nosso Kirk em maus lençóis, e esse Kirk nem tinha um Spock para ajudá-lo (agora com trocadilho).
O documentário também levanta a questão de até aonde Kirk fala a verdade ou está mentindo. Um conhecido dele nos Estados Unidos fala que ele é um tremendo garganta. Imagens com um Pinóquio em animação sugerem que não podemos confiar de todo na história do moço. Cabe ao espectador tirar suas conclusões. Ou ele solta um tremendo "bullshit" para o filme ou vai na onda da narração do americano.

Dessa forma, não pode haver um título surreal melhor para esse documentário, que conta uma história igualmente surreal e inusitada. Vale a pena dar uma olhadinha. Só não riam muito da cara do tal Kirk. Ele era um cara bonzinho, tadinho...

Cartaz do filme.


Christopher Kirk na prisão. Um americano, digamos, simpático...


Cotidiano na prisão em São Paulo...


Os hipopótamos...


A misteriosa V.


Uma suposta pintura do rosto de V


Um homem festeiro, segundo testemunhos de seu próprio HD.

Casa embrulhada em papel alumínio. Suposta brincadeira de um amigo


Os diretores do documentário, Matias Mariani e Maíra Bühler

terça-feira, 26 de maio de 2015

Resenha de Filme - Quando Meus Pais Não Estão Em Casa

Quando Meus Pais Não Estão Em Casa.Turbulências Em Dias De Crise.
E não é que uma produção de Singapura de 2014 chegou até nós? O excelente “Quando Meus Pais Não Estão Em Casa” nos leva à Ásia de 1998, quando o continente era assolado por uma violenta crise econômica. Uma família, aparentemente de classe média alta, tinha que se desdobrar para manter as contas da casa em dia, sob uma ameaça constante de demissão. Enquanto isso, o filho pré-adolescente criava uma série de problemas disciplinares na escola cara em que estudava, aparentemente pela falta de atenção dos pais. Quando a mãe tinha que deixar seu emprego para tratar das situações de indisciplina do filho na escola, tratava o menino com severidade e cascudos. Para não deixar o garoto tão sozinho, eles irão contratar uma empregada doméstica filipina, de um país mais pobre e com uma cultura totalmente diferente (as Filipinas foram colonizadas pela Espanha e são católicas, por exemplo). Assim, a nova empregada, que quer tentar a vida num país mais rico, será tratada como uma cidadã de segunda categoria pela família, onde a mãe tem uma atitude mais esnobe e o pai vive em constante tensão pela responsabilidade maior sobre as contas da casa.
É um filme sobre relacionamentos humanos. E de como tais relacionamentos são afetados pela crise econômica. A recessão cria bolsões de crueldade em vários níveis, onde os personagens são submetidos a toda uma série de humilhações. Um típico caso de como a perversidade do sistema capitalista se infiltra e destrói as relações humanas no meio privado, o tipo de filme que estava muito em voga naquela situação de crise lá de meados da década de 1990, que não atingia a Ásia apenas.
O grande destaque fica por conta da relação entre a empregada e o menino. O garoto, uma espoleta em todos os sentidos, acaba desenvolvendo uma afeição com a empregada, que é uma mulher doce e que, pela força das circunstâncias, é obrigada a viver afastada de seu filho que está em sua terra natal. Tal relacionamento vai despertar um forte ciúme na mãe que não pode estar presente o tempo todo com o filho.
Essa película se enquadra naquela aqui já tão citada categoria de filmes, os filmes de denúncia que nos fazem refletir sobre os rumos para os quais levamos este mundo. Mostrar os efeitos de uma crise econômica no meio privado, provocada por uma elite gananciosa e inconsequente, é a forma mais eficaz de denunciar tais agruras, pois, ao ver uma família passando pelo pesadelo do desemprego e da falta de dinheiro para pagar suas contas, uma pergunta inevitável vem às nossas cabeças: “e se tudo isso estivesse acontecendo conosco?”, o que provoca uma sensação de incômodo e desconforto totais. Somente o fato de o filme suscitar tal discussão da qual é impossível ficarmos indiferentes, o faz cumprir a sua função social.
Dessa forma, filmes desse naipe sempre devem ser divulgados e exibidos para o maior número possível de pessoas, pois eles nos ajudam a perceber quais são os efeitos maléficos de uma crise econômica quando ela vem e coloca em nossas mentes uma pergunta que deve ser respondida em nosso íntimo: o que podemos fazer para nos precaver (ou pelo menos atenuar) tais efeitos sobre nós? Um filme que estimula tais reflexões sempre deve ser elogiado. 

Cartaz do filme


Cartaz divulgado no Brasil.


Um casal pressionado pela crise econômica


Uma babá zelosa...


A amizade com o menino floresce


E chega a brincadeiras pueris


Mãe e filho. Relacionamento difícil

Festa de aniversário. Raro momento de alegria.


Lembrança de um dia feliz

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Resenha de Filme - Miss Julie

Miss Julie. Jogo De Sedução Entre Classes Sociais.
Um bom filme nas nossas telas. “Miss Julie” é apresentado com dois atrativos principais. Ele foi escrito e dirigido por Liv Ullmann, lendária atriz que trabalhou com o não menos lendário diretor sueco Ingmar Bergman, além de ter tido um relacionamento com ele. E Ullmann se inspirou numa peça do escritor sueco August Strindberg, que produziu textos naturalistas e é considerado um dos precursores do expressionismo no teatro. Outro detalhe interessantíssimo foi a escolha do elenco, com os “hollywoodianos” Jessica Chastain e Colin Farrell, acompanhados de Samantha Morton. Com todos esses atrativos, pode-se dizer que foi uma fórmula que deu certo. E muito certo.
Vemos aqui a história da tal Miss Julie (interpretada por Chastain), uma mocinha filha de um Barão anglo-irlandês, que aparentemente sempre teve uma vida muito mimada e protegida dentro do seio aristocrático. No verão de 1890, no dia do solstício, Julie começa um jogo de sedução com John, (interpretado por Farrell), o mordomo da casa, que era casado com Kathleen (interpretada por Morton), a cozinheira. Nesse joguinho orquestrado por Julie, vemos todo um grande conflito entre classes sociais, onde tais dilemas chegam às estruturas do Antigo Regime, que em 1890 há muito haviam caído na Europa, mas que ainda mostravam espasmos e reflexos.
O texto é um primor, méritos de Strindberg e Ullmann, que conseguiu adaptá-lo para o cinema. Para não cometer o pecado dos “spoilers” (outro dia tomei uma bronca de um amigo meu leitor no “tete-a-tete” por causa disso, e prometi a ele me policiar), vou apenas dizer com relação ao texto que ele possui inversões interessantíssimas quanto ao conflito entre classes sociais, onde Julie e John mutuamente se elogiam e se acusam, trocando a toda hora a condição de hegemonia de uma classe perante a outra. E tais diálogos foram feitos com grande engenhosidade.
Para que essa engenhosidade fosse perfeita, a interpretação dos atores era fundamental. E aí, podemos dizer que a grande estrela do filme foi Colin Farrell. Ele foi muito intenso a grande parte da história. Dá gosto de ver um grande ator do cinema americano sendo aproveitado por Ullmann na adaptação de uma peça europeia de um escritor consagrado. Farrell deu grande dramaticidade à coisa, com oscilações fortes de emoção, indo da serenidade ao desespero, da paixão ao ódio. Não que Jessica Chastain tenha ido mal, mas sentimos melhor o seu talento nas partes mais dramáticas do filme, da segunda metade em diante, onde ela também se saiu muito bem. Entretanto, Farrell foi mais presente por toda a película, muito em virtude de seu personagem e de seu passado com Miss Julie. Só é de se lamentar que Samantha Morton tenha aparecido um pouco menos, pois nas cenas em que ela atua, percebemos que a atriz não ficava devendo em nada aos seus colegas, sendo a expressão da serenidade em pessoa em meio a todo aquele turbilhão. Um filme de atores que fizeram muito bem seu serviço. Um filme para quem gosta de atuação.
E nossa Liv Ullmann na direção? Pode-se dizer que, com um elenco desses, até foi moleza. Mas não podemos negar que Ullmann é cheia de virtudes. Adaptar uma peça para o cinema foi uma delas. Embora o espaço da cozinha fosse o da maioria dos diálogos, outras locações foram escolhidas, como por exemplo, os bosques, onde a fotografia estava simplesmente deslumbrante. Os figurinos também estavam numa boa medida, sobretudo os de Farrell e Chastain, sempre de azul, a cor da tristeza na cultura anglo-saxã (o detalhe do ombro à mostra de Chastain era uma alegoria da decadência da personagem e do Antigo Regime). Ullmann também fez belos closes nos diálogos, obtendo boas imagens de perfil de Farrell e belas imagens de Chastain, cada vez mais desfiguradas e descabeladas com as crises de relacionamento. Uma mecha que teimava em cair do cabelo ordenadamente penteado de Farrell era mais um sinal do caos interclassista instalado naquele relacionamento impossível.

Assim, se você gosta de um filme com um belo texto, boas interpretações e belas imagens, metodicamente construídas, “Miss Julie” é um prato cheio e altamente recomendável. Só deve-se dizer que o andamento é lento, sem voos muito rápidos e ágeis. Mas, ainda assim, um excelente programa, que só aumenta a curiosidade sobre a produção de Strindberg.


Cartaz do filme


Miss Julie. Uma mulher solitária em seu mundo aristocrático...

John. Mergulhando num caso com Julie...

Um perigoso affair...

Ombro à mostra. Sinal de decadência...

Kathleen. Serenidade...

Ullmann dirigindo Farrell.


Liv Ullmann, ontem...


... e hoje.

August Strindberg, o autor desse magnífico texto...

domingo, 24 de maio de 2015

Resenha de Filme - América, Uma História Portuguesa

América, Uma História Portuguesa. A Tragédia Social Dos Imigrantes Em Terras Lusas.
Uma curiosa co-produção portuguesa, russa, brasileira e espanhola de 2013 só agora aparece em nossas telas. “América, Uma História Portuguesa”, trata da situação dos imigrantes na Europa, mais especificamente em Portugal. Vemos aqui como vários russos e ucranianos tentam fugir da dura realidade de seus países, tentando a sorte na Europa Ocidental ou nos Estados Unidos e usam as terras lusas como trampolim para se estabelecer em países mais desenvolvidos. Obviamente, essas pessoas desesperadas por um novo futuro ficarão à mercê de toda a sorte de punguistas, malandros e bandidos. E o filme vai justamente se debruçar sobre um grupo específico de vigaristas, composto por portugueses, espanhóis e brasileiros. E, no meio disso tudo, uma russa que não tinha nada a ver com aquela vida. A moça em questão é Liza (interpretada pela atriz russa Chulpan Khamatova), que fora seduzida pelo vigarista português Vitor (interpretado por Fernando Luís). Eles se casaram e tiveram um filho, Mauro, que tem necessidades especiais e problemas de comunicação. Liza ainda precisa cuidar da avó de Vitor, uma senhora praticamente centenária que se recusa a comer as sopas dadas pela russa. Vitor tem a companhia de outros vigaristas, dentre eles Fernanda (interpretada por Maria Barranco), que começa um negócio de passaportes falsos que os imigrantes ilegais precisam, já que seus patrões seguram os passaportes para obrigá-los ao trabalho escravo. Ao mesmo tempo, três imigrantes ucranianos que eram médicos ortopedistas ficarão “hospedados” num anexo da casa da quadrilha enquanto esperam que seus passaportes falsificados fiquem prontos. Um deles iniciará um affair com Liza só para complicar mais as coisas. E esses ortopedistas são perseguidos por uma quadrilha russa que apreendeu seus passaportes, jogando mais tensão à trama.
A história é muito boa e pesada. Definitivamente, vemos um clima de sub-mundo, num meio muito parecido com nossas favelas brasileiras. Todos estão envolvidos em negócios ilícitos e barra-pesada, à exceção de Liza, que quer sair daquele mundo, mas não sabe como. Fica bem claro como a história quer relacionar questões locais de miséria com questões mais globais, como o colapso do socialismo que levou o leste europeu a uma situação de colapso econômico, forçando suas populações ao êxodo e a se sujeitar a esquemas ilícitos para buscarem novas perspectivas em suas vidas. Portugal como o local onde tais esquemas ilícitos ocorrem é outro caso emblemático, já que nosso “país irmão” é um dos mais pobres da Europa Ocidental e severamente atingido nas recentes crises do capitalismo nos últimos anos, constituindo-se num terreno fértil para essas operações ilegais de imigração.
Muito assusta o clima de miséria e violência do filme, não parecendo que ele se passa na Europa. Destaque especial deve ser dado ao ator brasileiro Cassiano Carneiro, como um dos membros da quadrilha, o mais maltrapilho de todos. Parece que, saindo do círculo europeu, os personagens ficavam numa condição cada vez mais degradada, exceção feita à um viciado que roubava passaportes de turistas (assim como o brasileiro fazia!), que era europeu.

Dessa forma, “América, Uma História Portuguesa”, é mais um daqueles importantes filmes que nos fazem pensar e que denunciam a situação complicada que muitos povos europeus passam hoje em virtude de fortes crises econômicas provocadas pelo capitalismo. A forma como a miséria é mostrada em solo europeu, miséria essa de grife terceiro mundista, choca muito e nos chama a atenção. É um daqueles filmes para ver, ter e guardar.

Cartaz do filme


Liza, mergulhada no sub-mundo...


Uma família assolada pela miséria e vigarice...


Vidá miserável e situações inusitadas...


Fernanda, que busca fazer dinheiro a todo custo...

Ucraniano... será bom para Liza???

Boa presença do ator brasileiro Cassiano Carneiro...

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Resenha de Filme - Belle e Sebastian

Belle E Sebastian. Filme Fofinho De Cachorro.
Um filme francês bem fofinho em nossas telas. “Belle e Sebastian” conta a história de um menininho, o Sebastian (interpretado por Félix Bossuet), que vive nas montanhas com seu avô adotivo César (interpretado por Tchéky Karyo), um criador de ovelhas e vacas. O ano é 1943 e os nazistas ocupam o país. Enquanto judeus fazem travessias pelas montanhas com a ajuda de um médico do povoado local, fazendo um jogo de gato e rato com os nazistas, Sebastian e seu avô estão preocupados em matar um animal selvagem que caça as ovelhas. Um dia, enquanto ia embora sozinho para casa, Sebastian vai se deparar com um cachorrão, que é tomado como o animal selvagem pelos moradores do vilarejo. O menino vai se aproximar do grande cachorro e começará uma sólida relação de amizade com o bichão. Depois de um banho, ele fica branquinho, branquinho e, mais tarde, Sebastian descobrirá que o cachorro na verdade é fêmea, dando a ela o nome de Belle. Como ele sabe que os moradores da cidade estão atrás de Belle, Sebastian faz de tudo para esconder sua nova amiga, que era de um pastor de ovelhas que a maltratava muito, ficando com fama de violenta por causa disso.
Esse filme é baseado num livro francês da década de 1960 e conta uma história bem água com açúcar, não sendo nada de muito especial. Para destacarmos alguma coisa de mais relevante, o fato de a história se desenvolver durante a 2ª Guerra Mundial vai fazer com que nossa cadelona protagonista tome atitudes heroicas, a ponto de salvar vidas e tudo. Mas a principal característica mesmo do filme é a relação terna de Belle e Sebastian. As cenas que contam com os dois são extremamente fofas, sendo um prato cheio para quem gosta de animais e filmes que tratem do tema (como este escriba que vos fala). Isso sem falar que Belle é grandona, felpuda, branquinha e com lindos olhos castanhos. A cadela foi bem treinada e algumas cenas são engraçadas, pois parece que ela entende o que Sebastian fala, supostamente reagindo emocionalmente. Quando Sebastian diz que ela não tem coragem para fazer uma coisa, Belle reage com “indignação”, tirando risos da plateia. Mas outras situações engraçadas de respostas emocionais da cadelona aparecem no desenrolar da trama.

Assim, apesar de não ter nada de muito relevante, “Belle e Sebastian” ainda sim é um bom filme para ser visto, principalmente para quem gosta de cachorros. É uma história levinha, engraçadinha e fofa. Entretenimento garantido para os amantes dos animais.

Cartaz do filme. Tudo branquinho...


Dois amigões em campos verdejantes...


Belle é muito fofa!!!


O avô tem medo do animal "selvagem"


No início, ela estava meio sujinha...


Mas Sebastian lhe deu um banho...


... e ela ficou branquinha como a neve...


Nazistas achacavam os populares...


... e um médico ajudava os judeus a atravessarem a montanha...


... com a ajuda de Belle!!!


Fofona!!!