RODOLPHO AMOÊDO
(Rio de Janeiro, RJ, 1857 - Idem, 1941)
“ ‘Curriculum vitae’ de Rodolpho Amoedo por ele mesmo redigido para ser enviado ao Ministério da Educação;
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1857. Em 1873 iniciou seus estudos artísticos no Liceu de Artes e Ofícios; em 1874 matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes onde foi discípulo de Vitor Meireles, Agostinho da Mota e Zeferino da Costa. Em outubro de 1878 obteve o prémio de viagem em concurso, partindo para Paris em 1879.
Matriculou-se na Ecole Nationale et Speciale des Beaux Arts em 1880, sendo discípulo de Alexandre Cabanal e Puvis de Chavannes.
Em 1887 regressou ao Rio de Janeiro, onde após uma exposição geral de seus deveres de pensionista, foi, por unanimidade, eleito membro honorário da Imperial Academia de Belas Artes, sendo, em seguida, nomeado professor interino de Pintura histórica na ausência do respectivo catedrático, Vitor Meireles de Lima. Em dezembro de 1890 foi nomeado, por decreto do Governo Provisório, Professor efetivo de Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, para cuja reforma foi nomeado conjuntamenle com Rodolpho Bernardelli e o Dr. Ernesto Gomes Moreira Maia, então Diretor da I. Academia de Belas Artes.
Reconduzido em 1901.
Todos os quadros originais que constituíram seus deveres de pensionista passaram pelo "Salon" de Paris, de 1882 a 1887 (V. catálogo das Galerias da Escola Nacional de Belas-Artes).
Medalhado em 1893 na Exposição de Chicago, grande prêmio na Exposição Nacional de 1908, Medalha de Honra na Exposição Geral de Belas Artes de 1917.
Exerceu o cargo de Vice-Diretor em exercício de Diretor, de 1893 a 1894; em 1896, em 1899. - Deixou a Escola Nacional de Belas-Artes em 1905. - Membro do extinto Conselho Superior de Belas Artes, no qual funcionou várias vêzes como Secretário.
Em 1918 foi chamado de novo à Escola, na qualidade de contratado por 5 anos, sendo depois recontratado e depois interino. Com o concurso de títulos em 1928 foi nomeado professor temporário passando a catedrático em virtude da reforma da Universidade do Rio de Janeiro, em 1929, sendo aposentado em 1934 com todos os vencimentos desse cargo.
As suas principais obras são:
Marabá (1882) - Último Tamoyo (1883) - Partida de Jacob (1885) - Estudo de mulher, figura de tamanho natural - Jesus em Cafarnaum, para cuja execução lhe foi concedida prorrogação da pensão por mais dois anos e uma ajuda de custo de 6.000 francos - Narração de Filetas, inspirado ao romance de Longus: Daphnes e Clhoé (1887) - Retratos: Dr. Afonso Pena, existente no Itamarati - Dr. Nilo Peçanha, no Ministério do Interior - e outro assinado com Daniel Berard em tamanho natural - Dr. Ponce de Leon, na Camará Municipal de Barra Mansa - Gentil de Castro, no Hospital de Alfenas, Estado de Minas Gerais - Dr. João Felipe Pereira, Dr, Victor Villot Martins, com os proprietários - o pintor A. Araújo de Souza Lobo - Dr. J. J. Seabra, na Biblioteca Nacional - Dr. Benedito Hipolito, Governador do Maranhão - Dr. Paulo de Frontin, na Escola Nacional de Belas-Artes.
Em edifícios públicos - dois painéis decorativos na sala de leitura da Biblioteca Nacional - Caixa da escadaria do Palácio Itamarati - Salão das sessões do Supremo Tribunal Federal - Salão de sessões e salão nobre do S. Tribunal Militar - Foyer do Teatro Municipal: nas rotondas, oito painéis representando dansas e 10 painéis de flores - Conselho Municipal, Sala das sessões: Fundação da cidade do Rio de Janeiro, Batalha decisiva pela posse da Baía de Guanabara, Ferimento e morte de Estácio de Sá, em 20 de janeiro de 1567 (Historia do Brazil de H. Southey).
Quadros executados no Rio de Janeiro:
Desdêmona, Más notícias, Jesus descendo o monte das Oliveiras, Saudade, Eros e a Noite (medalha de honra).
Decorações nos Estados:
Museu Paulista: Um Bandeirante (faiscador), - Museu de Juiz de Fora: Um Bandeirante (varador), - Timpano do arco cênico do Teatro José de Alencar, no Ceará”.
Fonte: “Centenário de Rodolpho Amoedo”. In: Arquivos da Escola de Belas-Artes. Rio de Janeiro: Oficina Gráfica da Universidade do Barsil, 1957, pp.21- 23. (transcrito por Alfredo Galvão).